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Avanço gradual
O Geo-Obras foi usado pela primeira vez pelo TCE do Mato Grosso em 2008, mas, como as opções ainda eram limitadas para o acompanhamento de obras, a equipe de engenharia do órgão identificou vários pontos que poderiam ser aprimorados em relação ao projeto inicial. Em julho do ano passado, o tribunal mato-grossense passou a usar as informações colhidas via satélite, o que despertou o interesse de vários outros tribunais. Além de Minas, o sistema está sendo implantado no Espírito Santo, Goiás e Rio de Janeiro.
Para Fábio Higa, um dos criadores do programa, os tribunais de contas que conseguirem adaptar suas equipes técnicas para usar o Geo-Obras terão à disposição um número muito maior de informações para acompanhar o andamento das obras. “Ainda estamos longe de um acompanhamento em tempo real, com atualizações mais frequentes, mas temos uma opção avançada. Para fiscalizar uma rodovia de 20 quilômetros, por exemplo, o total da extensão entregue pode ser conferido com detalhes. O próximo passo agora é aprimorar essa ferramenta”, afirma Higa.
População
Na fiscalização das obras em Minas, o TCE-MG pretende usar imagens atualizadas por meio de georreferenciamento em parceria com o Instituto de Geociências Aplicadas (IGA), que está desenvolvendo um banco de dados para o sistema. Segundo a diretora-geral do IGA, Cláudia Werneck, o banco de dados já vem sendo elaborado pelo governo estadual com aquisição de imagens via satélite e fotos feitas por fiscais em visitas oficiais aos canteiros de obras, além de imagens enviadas pela população, que podem ser usadas para o acompanhamento.
Apesar dos benefícios com o novo sistema, Cláudia ressalta que o programa pode ser aprimorado, e para isso os órgãos fiscalizadores precisarão receber mais investimentos. “Já existe o equipamento para um acompanhamento bem detalhado, mas é um recurso caro. Hoje, temos ferramentas de ponta, mas a periodicidade das imagens ainda será limitada. Como temos muitas áreas interessadas nesse tipo de sistema – como as secretarias de Meio Ambiente, que utilizam imagens via satélite para fiscalizar áreas desmatadas –, é possível que novos avanços aconteçam nessa área”, aposta.