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Estado de Minas

Dívidas serão herança em 1,4 mil prefeituras do país

Estudo mostra que muitos prefeitos pelo país vão ter dificuldades em fechar as contas da sua gestão antes de repassar o cargo ao sucessor


postado em 20/10/2012 06:00 / atualizado em 20/10/2012 07:11

Pelo menos 1.400 prefeitos de todo o país podem ser pegos pela Lei de Responsabilidade Fiscal por deixar obras iniciadas sem recursos em caixa para o sucessor quitá-las. Conforme apontou estudo feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a dívida das prefeituras soma     R$ 8,2 bilhões, valor referente a recursos já comprometidos – com base em convênios firmados com o governo federal – que a União não repassou aos municípios. Em Minas Gerais o rombo chega a R$ 753,3 milhões. Segundo o levantamento da CNM, o governo federal acumula uma dívida de R$ 18,2 bilhões com as prefeituras, previstos em orçamentos de anos anteriores que, embora autorizados pela União, não foram pagos.


A situação financeira dos municípios em final de mandato é alarmante, de acordo com o presidente da CNM, Paulo Ziukoski. “Existem municípios à beira da falência. Se fossem empresas privadas as prefeituras já teriam falido. O maior impacto é estrutural, que vem se somando por um sufoco que o Congresso Nacional e o Executivo têm colocado nas prefeituras”, disse Ziulkoski. Conforme mostrou o estudo realizado entre maio e julho, prefeituras estão com dificuldade de pagar os funcionários, fornecedores e implantar plenamente o piso nacional do magistério. Prefeitos se mobilizaram em 10 de outubro em Brasília e vão se encontrar novamente em 13 de novembro e 11 de dezembro em Brasília para discutir alternativas e encontrar caminhos para superar essa situação.


As principais razões apontadas pela entidade que justificam o desequilíbrio das contas são: a queda na receita da União em razão da fraca atividade econômica e devido à política de desoneração do governo federal; o volume de recursos comprometidos pelo governo federal e não repassados aos municípios; o impacto financeiro de legislações nacionais como a Lei do Piso do Magistério; os aumentos do salário mínimo; e o crescimento das despesas, entre outros.


A CNM calcula que o desequilíbrio financeiro dos municípios em todo o país atinja R$ 25,4 bilhões – esse é o volume de recursos previstos, mas que não entraram no caixa das prefeituras. Em Minas, o desequilíbrio será de R$ 2,7 bilhões. Desse total, a queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) representa R$ 6,9 bilhões. Essa queda se deveu em boa parte à desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que teve um custo de R$ 1,4 bilhão, e à redução de R$ 155 milhões do IPI-exportação. O Executivo federal, de acordo com Ziulkoski, reduziu também o chamado imposto dos combustíveis, gerando uma perda de arrecadação de R$ 595 milhões para as prefeituras.


O maior custo estimado foi da Lei do Piso do Magistério, com impacto de R$ 5,42 bilhões, seguido pelo aumento do salário mínimo, que provocou aumento da folha de pagamento dos servidores municipais em R$ 2,6 bilhões, de acordo com o estudo. Dessa forma, no cenário de 2012, o total da frustração de receita será de pelo menos R$ 9,1 bilhões e o aumento das despesas mais o não pagamento de convênios em execução impactará um total de R$ 16,2 bilhões.

 

Saiba mais

Responsabilidade fiscal

A Lei de Responsabilidade Fiscal que passou a vigorar no governo Fernando Henrique Cardoso depois da pressão da sociedade prevê o controle dos gastos de estados e municípios e impõe limites para despesa com o funcionalismo público e endividamento. Um dos itens da lei impede que o prefeito deixe para o seu sucessor no fim do mandato ações em andamento sem recursos suficientes em caixa para que sejam quitadas. Em caso de descumprimento da lei, o gestor pode responder criminalmente e até mesmo perder o mandato. 


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