O PSDB enfrenta um dilema na disputa paulistana. Com a possibilidade de vitória cada vez mais distante, José Serra pode estar se despedindo da vida política aos 70 anos. A escolha de um candidato com índices estratosféricos de rejeição expôs um partido que ainda se mantinha refém de velhas lideranças. Perder a capital tornará mais frágil a situação do governador Geraldo Alckmin em 2014.
Mas, diante de um quadro difuso da política brasileira, nem toda vitória é completa, assim como nem toda derrota pode ser considerada definitiva. A proximidade de um possível réquiem de Serra já fez com que Aécio Neves se reunisse com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para inverter o eixo de poder no partido. O PSDB foi bem em Pernambuco, lidera a disputa em Teresina (PI), em Manaus (AM) e está no segundo turno em João Pessoa (PB) e em Vitória (ES).
O PT, contudo, virou o jogo no Nordeste. Há duas semanas, os prognósticos eram pessimistas. A uma semana do segundo turno, o partido disputa palmo a palmo a eleição em Fortaleza, em Salvador e lidera com folga em João Pessoa. Mas afundou junto com o clã Sarney em São Luís.
O resultado foi importante para diminuir o entusiasmo do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ele elegeu o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, candidato tão “inventado” por ele quanto Haddad por Lula. O PSB também está no segundo turno em Fortaleza e venceu no primeiro turno em BH. A maior derrota foi a tentativa de reeleição de Luciano Ducci em Curitiba. “Um candidato ruim”, avaliou um dirigente pessebista.
Nas análises palacianas, contudo, Campos tem mérito completo somente na eleição de Geraldo Júlio. Nos demais resultados, a paternidade é questionável. “Existe o PSB do Eduardo, o PSB de Ciro e Cid Gomes (Fortaleza) e o PSB sublegenda do PSDB (Curitiba e Belo Horizonte)”, definiu, maldosamente, um aliado da presidente Dilma.