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Campanha socialista em Uberaba reune Aécio e o governador Eduardo CamposJuiz de Fora, Contagem, Montes Claros e Uberaba têm disputa acirrada, o que adia decisãoAcaba a novela do PMDB de UberabaRéu no julgamento do mensalão, prefeito de Uberaba vive inferno astral Apesar do racha interno, Piau mantém PMDB no comando em UberabaDeputados Paulo Piau e Antonio Lerin vão disputar segundo turno em UberabaPSB e PMDB embolados na reta final da disputa em UberabaDisputa em segundo turno segue acirrada em quatro municípios de MinasPor seu turno, a candidatura de Piau também provocou baixas no PMDB. O prefeito Anderson Adauto deixou a legenda depois da intervenção da Executiva estadual em defesa da indicação de Paulo Piau. Adauto não conseguiu viabilizar no partido a candidatura de Rodrigo Mateus, nome de sua preferência. Rejeitando o que considerou “ingerência” do comando estadual da legenda na cidade, o prefeito anunciou apoio no primeiro turno à candidatura do deputado estadual Adelmo Carneiro Leão (PT).
Sem condições de apoiar Paulo Piau, Anderson Adauto, que havia indicado Luciene Fachinelli para ser vice na chapa de Adelmo Carneiro Leão e respaldou a sua candidatura no primeiro turno, declarou-se “neutro” no segundo turno. Apesar disso, Fachinelli já está com Lerin. Mas o destino de Adelmo foi outro. A presença de Eduardo Campos e de Aécio Neves em Uberaba acendeu a luz vermelha no comando do PT. O diretório nacional, o estadual e as bancadas estadual e federal deram indicação ao deputado estadual petista de apoio a Paulo Piau.
Na briga pela cidade do Triângulo Mineiro com um orçamento para 2013 de R$ 1 bilhão, Piau e Lerin, ambos de partidos da base de Dilma Rousseff, disputam também quem tem mais trânsito junto ao governo federal. Os dois também garantem ótima interlocução com o governo do estado. E ao formular perguntas dirigidas um ao outro, ambos procuram desqualificar as relações propaladas nos discursos de campanha.
Paulo Piau
O processo de indicação de sua candidatura dentro do PMDB foi conturbado. O prefeito Anderson Adauto, que era do partido, apoiava outro candidato e chegou a questionar o seu registro na Justiça. Adauto saiu do partido e apoiou a candidatura do deputado Adelmo Carneiro Leão (PT). Isso trouxe dificuldades para a sua campanha?
Dificuldade nenhuma. Tem trazido sim energia para a campanha, em função do desgaste do prefeito Anderson Adauto na cidade. Pelo contrário. Um governo que deixa faltar água na cidade, deixa as pessoas sem atendimento à saude, deixa um trânsito ficar caótico… A avaliação final do governo dele é ruim. É um governo de muitas obras, mas de pouca valorização do servidor público. Então, o final do governo dele está sendo pessimamente avaliado. O PMDB aqui está unido. Há uma ou outra defecção, mas majoritariamente está bem, unido, sem desgaste.
PT e PMDB são partidos aliados no plano nacional. A mesma aliança se reproduziu em cidades como Belo Horizonte, a partir de uma intervenção política dos líderes nacionais. Em Uberaba há conversa no plano nacional para atrair o PT à sua campanha?
Essa conversa existe no plano nacional, no estadual e no plano municipal. Uma corrente quer ficar neutra e outra quer apoiar a candidatura do PMDB, pois tem muita dificuldade de se ligar a candidatura com o apoio do governo do estado. Vai ter reflexo para frente.
Em um eventual futuro governo, qual será a maior ênfase de sua administração?
A educação deve ter a maior ênfase de todos os governos: federal, estadual e municipal. Mas se formos olhar os problemas, o primeiro e mais urgente é a saúde. O segundo maior problema é falta de água, a questão do abastecimento. Em Uberaba, a responsalidade pelo abastecimento é do Centro Operacional de Desenvolvimento e de Abastecimento (Codau), uma autarquia da prefeitura. O terceiro problema é segurança pública. Portanto, em termos de decisão e de apoio a investimentos, a educação terá a maior ênfase. Mas como problemas reais a serem resolvidos, a ênfase será ao abastecimento de água e à segurança pública. Terei facilidades para atrair investimentos porque sou governo federal. O vice-presidente da República, Michel Temer, é do meu partido, o PMDB. Além disso, tenho boa relação com o governo do estado.
Pergunta formulada por Antonio Lerin
O senhor fala tanto que tem o apoio do governo federal, mas em nenhum momento os ministros ou a própria presidente declararam apoio à sua candidatura. Além disso, a presidente acabou de vetar vários itens do Código Florestal de que o senhor foi o relator. Afinal, qual é o relacionamento com o governo federal?
Quero dizer que tenho o apoio do PT de Uberaba, do PT de Minas, do PT nacional, da presidente Dilma, do vice-presidente Michel Temer e de todo o governo federal. Sou o único candidato em Uberaba que tem o apoio do governo federal. Em relação ao Código Florestal, esse foi um debate nacional, com composições contraditórias. E o contraditório faz parte da solução dos assuntos que dizem respeito à democracia brasileira. A coincidência entre o meu relatório e a finalização dada agora pela presidente Dilma é acima de 96%. Portanto, nós divergimos em 4%, um índice muito pequeno. Não há qualquer desgaste meu com a presidente. O ministro Aldo Rebelo, que foi relator do Código Florestal e ficou exposto mais do que eu nesse relacionamento com o Palácio do Planalto, virou ministro do Esporte. Portanto, não tenho nenhuma sequela com a presidente Dilma. Muito pelo contrário. Tenho o seu apoio e o de seu governo.
Antonio Lerin
O senhor teve, desde o primeiro turno, o apoio de líderes do PSDB, como o governador Antonio Anastasia e o senador Aécio Neves. Isso gerou constrangimento com Fahim Sawan, candidato do PSDB derrotado no primeiro turno?
Não trouxe constrangimento algum, porque Fahim foi comunicado pelo presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, de que o partido não deveria ter candidato em Uberaba, pois dentro de um entendimento nacional foi definido que em Uberaba o PSDB apoiaria o PSB. Mesmo assim, o PSDB municipal manteve a candidatura do Fahim. Agora no segundo turno, o PSDB municipal entendeu a nossa proposta e nos declarou apoio. Fahim Sawan deixou o PSDB. Aqui, estamos disputando para ser o próximo prefeito da cidade. O outro candidato teve que tomar o partido do prefeito para ser candidato. Ele impôs a candidatura de cima para baixo. A nossa foi construída ao lado das pessoas de bem da cidade.
Há duas candidaturas da base Dilma em Uberaba. O fato de o PSDB estar apoiando a sua candidatura e de estar presente aqui por meio do senador Aécio Neves, ao lado do presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, emite algum sinal para o Planalto em relação ao posicionamento do PSB em 2014?
Em hipótese alguma. Temos a felicidade de pertencer aos quadros éticos do PSB e ter o apoio do PSDB e de ministros como Fernando Bezerra (PSB), da Integração Nacional. A candidatura Lerin é a única que tem o apoio do governo federal e do governo estadual. A outra candidatura declara que tem o apoio do governo federal e que transita no estadual. Esse candidato critica o governo estadual e ao mesmo tempo fala que viabilizou o gasoduto na cidade. Parece um pinóquio. Aécio Neves e Eduardo Campos estiveram aqui juntos porque as agendas deles coincidiram. Foi possível virem juntos. Estou orgulhoso de ambos estarem aqui. Antes de pensar em 2014, temos de discutir 2012 primeiro. A participação dos dois é em cima do respeito e da lealdade que tem o nosso partido em Minas para com o governador Anastasia.
Em um eventual futuro governo, qual será a maior ênfase de sua administração?
A valorização do ser humano. Uma cidade com mais de 300 mil habitantes não pode deixar faltar médicos nos postos de saúde, não pode queimar remédios, não pode permitir faltar água nas torneiras dos lares uberabenses. E temos que ampliar o efetivo na área da segurança. Tenho o compromisso de dobrar o efetivo da guarda municipal e também tenho o compromisso do governo do estado de ampliar o efetivo da Polícia Militar e da Polícia Civil na cidade.
Pergunta formulada por Paulo Piau
O senhor tem o apoio explícito do governador Anastasia (PSDB) e do senador Aécio Neves (PSDB). Como pode dizer que tem o apoio explícito do governo federal? É compatível ou é um arroubo para a enganar a população?
É claro que é compatível quando se conquista a lealdade das pessoas. O bom relacionamento que temos com a presidente Dilma Rousseff (PT) e com o governador do estado, Antonio Anastasia (PSDB), torna isso possível. O ministro Fernando Bezerra, por exemplo, gravou para a nossa candidatura. Vários outros colaboradores também. Eu pergunto ao meu adversário: por que não conseguiu nenhum ministro para apoiá-lo? Será que realmente ele tem o apoio do governo federal?