Faltando menos de uma semana para a realização do segundo turno, os candidatos à Prefeitura de Manaus têm suas campanhas reforçadas por lideranças nacionais de seus respectivos grupos políticos.
Em desvantagem nas pesquisas, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) conta com a popularidade da presidente Dilma Rousseff, que participaria de um comício na capital amazonense na noite desta segunda-feira, para tentar se recuperar.
Já Artur Virgílio (PSDB) recebe nesta quarta-feira o também senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, com vistas à disputa presidencial de 2014, faz uma espécie de turnê pelas cidades que têm candidatos tucanos ou aliados participando do segundo turno.
As pesquisas eleitorais divulgadas em Manaus mostram ampla vantagem de Virgílio. De acordo com a última sondagem realizada pelo Ibope na semana passada, o candidato tucano teria 68% dos votos válidos contra 32% de Vanessa. Outros institutos locais apontam resultado similar.
Para Virgílio, a vinda de Aécio Neves poderá agregar mais força política à sua campanha e também será positiva para as pretensões futuras do senador mineiro.
"A vinda (de Aécio) será positiva também para ele. Estamos num momento bom. Espero que isso seja benéfico para ele. É uma liderança bem-vista aqui em Manaus", disse o candidato tucano, que pretende realizar um comício com a participação de Aécio amanhã.
O comício com Dilma foi programado para ocorrer na região do igarapé do Passarinho, zona norte da cidade, numa das áreas mais carentes da capital amazonense. A presidente, que no primeiro turno limitou-se a gravar um depoimento de apoio a Vanessa, deve alternar o pedido de votos à candidata com críticas a Virgílio.
A possível vitória do tucano representaria a volta à cena de um dos principais quadros da oposição durante os oito anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso as pesquisas se confirmem, também saem derrotados da eleição o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), principal articulador da candidatura de Vanessa, e o governador Omar Aziz (PSD).
Ataques
O clima da campanha esquentou nessa reta final de segundo turno, com a radicalização na troca de acusações entre os candidatos. No domingo (21), Virgílio convocou uma coletiva para anunciar que sua adversária teria cometido suposto crime eleitoral por causa da distribuição de material apócrifo contra ele durante evento com lideranças evangélicas.
Tratava-se de DVDs com trechos de discursos do tucano no Senado nos quais ele defendia a descriminalização do aborto em situações de risco à mãe e o reconhecimento aos direitos de partilha e herança de casais homossexuais.
A candidata do PCdoB rebateu em outra coletiva. Negou ter produzido o material apócrifo e acusou o chefe da segurança da campanha de Virgílio, um major da Polícia Militar, de invadir o local em que estava se encontrando com eleitores evangélicos para provocar tumulto e apreender os DVDs.