Jornal Estado de Minas

Prefeito de Salvador tem direito de resposta cassado

Agência Estado
Uma decisão pouco comum do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) baiano causou revolta na administração municipal de Salvador, na tarde desta segunda-feira. Depois de ver a Justiça Eleitoral conceder seu primeiro direito de resposta, após fazer mais de 40 pedidos desde o início da campanha, o prefeito João Henrique Carneiro (PP) teve sua vitória judicial barrada pelo desembargador Carlos Dutra Cintra, do TRE, que o cassou no início da tarde.
Alvo de uma série de ataques, por parte de todos os candidatos à prefeitura de Salvador, João Henrique havia conseguido o direito de se defender da acusação feita pela campanha do petista Nelson Pelegrino (PT) de que era o responsável pela redução da extensão da primeira etapa do metrô da cidade - obra iniciada há 12 anos e ainda não concluída. "Foi o próprio PT que, em 2005, reduziu a obra de 12 para 6 quilômetros", diz o prefeito. "Foi uma decisão do governo federal."

Foi o primeiro caso de suspensão de direito de resposta na campanha - segundo a prefeitura, não há histórico de casos semelhantes na Bahia. "Nunca vi na vida pública cassação de direito de resposta", alega João Henrique. O prefeito também disse ter estranhado que o ex-prefeito e deputado Antônio Imbassahy (PSDB) tenha obtido o direito de resposta sobre o mesmo assunto, com as mesmas alegações, e não ter tido a decisão cassada pelo desembargador - que analisou o caso também nesta segunda-feira.

Duas das quatro inserções de direito de resposta previstas pela Justiça Eleitoral chegaram a ser veiculadas antes da decisão do TRE, mas as outras duas foram suspensas. O advogado Ademir Ismerim, que representa o prefeito, anunciou que vai ingressar com um mandado de segurança contra a decisão do desembargador.