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Tramitação de projeto para revisão dos royalties do minério será agilizado no SenadoForça-tarefa pelos royalties do minérioGoverno de Minas lança campanha publicitária para mobilização pelo minérioMineração pode devastar paisagem que emoldura os profetas de Aleijadinho em CongonhasMarco da mineração deve ser aprovado este ano, mas não tem data para chegar ao CongressoMaioria dos deputados faltou a mais da metade das reuniões durante a campanhaA estimativa inicial seria de que a taxa propiciaria uma arrecadação anual de R$ 500 milhões, quase três vezes mais do que os atuais repasses federais da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem). Entretanto, até agora, a arrecadação gira em torno de R$ 12 milhões porque muitas empresas recorreram à Justiça e aguardam em segunda instância a decisão de mérito sobre a cobrança. O setor também acompanha a votação, na Assembleia, da mudança da lei, proposta pelo governo do estado.
Além das ações judiciais propostas em primeira instância pelas mineradoras contra a nova taxa, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) ajuizou três ações diretas de inconstitucionalidade (Adins 4.785, 4.786 e 4.787), no Supremo Tribunal Federal (STF), em que pediu a suspensão liminar dos efeitos da Lei 19.976/2011, aprovada em Minas, mas também acompanhada pelos estados do Pará e do Amapá. Na edição das leis, os três estados invocaram o poder de polícia sobre esta atividade.
A CNI argumentou que os estados não teriam competência para legislar sobre recursos minerários, sobre os quais não têm titularidade, assim como não teriam poder de polícia capaz de autorizar a criação de taxa de fiscalização dessa atividade. De acordo com a CNI, a lei em Minas teria criado um “imposto mascarado de taxa”, gerando incidências que, na forma de imposto (ICMS), não poderiam ser geradas sem violar as regras relativas à exoneração das exportações e alíquotas nas operações interestaduais.
O projeto de lei encaminhado pelo governo de Minas à Assembleia pretende fazer ajustes no texto da lei, não só para evitar alguns dispositivos que levem a questionamentos judiciais, como também para dar flexibilidade na cobrança do real serviço prestado pelo estado. “Temos a cobrança de uma taxa, que é muito justa, pois o estado tem muito trabalho e custeio com a alocação de pessoal para o controle e o monitoramento dessa atividade. Essa é a função da taxa”, esclarece Gilberto Silva Ramos, subsecretário da Receita Estadual de Minas Gerais. “Mas temos conversado muito com o setor, que tem avaliado a necessidade de que seja apenas cobrado o que efetivamente foi gasto pelo estado”, afirma o subsecretário.
Flexível
Nas negociações com o setor, outro argumento apresentado ao governo foi o de que a produção minerária é afetada pelo mercado e, nesse sentido, o custo para a fiscalização e monitoramento tenderia a cair quando há retração da exploração. Por isso o projeto de lei encaminhado pelo Executivo à Assembleia pediu flexibilidade na fixação da cobrança. Na Comissão de Fiscalização Financeira, foi apresentado um projeto substitutivo que estabeleceu a possibilidade de descontos de até 70% no valor cobrado pela taxa. Na Comissão de Minas e Energia, a oposição aprovou outro substitutivo, que simplesmente revoga a Lei 19.976/2011, que instituiu a nova taxa. A argumentação é de que a forma como o desconto está sendo proposto dará ao governo um instrumento que poderá ser usado em períodos eleitorais. Em regime de urgência, como a matéria já tramita há mais de 45 dias, será votada em turno único.
Empréstimos
A Comissão de Constituição e Justiça vai apreciar na terça-feira dois projetos do governo com pedidos de empréstimo. Dentro do Proinvest, programa federal de modernização da gestão fiscal dos governos dos estados, o governo de Minas quer obter uma linha de crédito no BNDES no valor de R$ 93,3 milhões. O governo de Minas também pede à Casa autorização para contrair um empréstimo no Banco do Brasil no valor de R$ 3,48 bilhões para programas definidos no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG).