Trabalhadores filiados à CUT e ao PT preparam para a próxima semana um ato político para garantir novas adesões de sindicalistas ao partido. Na segunda-feira, prazo máximo estatutário para que os novos filiados possam participar das eleições diretas para definição da nova direção do PT no ano que vem, os empregados se reunirão na sede do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, no centro da cidade, para receber os novos militantes.
"Esse ato consiste em fazermos um processo de valorização do PT, a defesa em torno do PT. A militância petista vai estabelecer a filiação de mais de 500 sindicalistas, num momento em que o partido sofre tantas críticas", afirmou Vagner Freitas, presidente nacional da CUT. De acordo com Freitas, trata-se de uma iniciativa local de dirigentes da entidade no Rio que são também ligados ao PT.
Questionado se o evento seria um ato de desagravo em relação ao revés sofrido pelo partido após o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, que culminou com a condenação do ex-presidente do partido e ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, Freitas afirmou que seria "um ato em defesa de todos os militantes do partido, de todos eles, de toda sua trajetória e sua história". O presidente nacional da CUT voltou a criticar a decisão do STF, por entender que a condenação baseada na teoria do domínio do fato poderia acarretar, no futuro, em uma possível criminalização dos movimentos sociais. "Se o ato também for discutido sob esse aspecto (do Mensalão), esse aspecto eu impulsionarei".
Segundo o diretor da CUT-RJ, Darby Igayara, o processo de filiação está ocorrendo simultaneamente em várias regiões do Estado. Na noite de quarta, Igayara esperava receber mais de 50 novas adesões durante um evento em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.