O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, abriu nesta quinta-feira a 42ª sessão de apreciação do processo do mensalão. O julgamento será retomado nesta tarde com o voto do ministro Marco Aurélio Mello, único que ainda não se manifestou quanto a dose da pena a ser cumprida pelo publicitário Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, por ter cometido os crimes de corrupção ativa, no caso da compra de votos dos parlamentares, e evasão de divisas.
Na punição que impôs a maior pena a Marcos Valério por um crime, de 7 anos e 8 meses de prisão por corrupção ativa, o relator Joaquim Barbosa destacou que o envolvimento do publicitário na compra de parlamentares é a conduta "mais reprovável". "Os motivos dos crimes são extremamente graves. Os fatos e provas dos autos revelam que o crime foi praticado porque o PT, cujos correligionários vinham beneficiando as empresas às quais estava vinculado Marcos Valério, não detinha maioria na Câmara", concluiu.
A expectativa é de que, após apreciar as penas para Valério, o colegiado comece a avaliar as punições a pessoas do grupo do publicitário, como os antigos sócios dele, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach.