O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, rechaçou a disputa por secretarias e cargos em uma eventual administração petista. Na tarde desta quinta-feira, após participar de um encontro na Academia Paulista de Letras, Haddad pediu cautela durante a campanha e disse que, se eleito, usará de critérios "rigorosos" para escolher seus auxiliares e que seguirá o modelo de governo de coalizão da presidente Dilma Rousseff. "Não admito esse tipo de discussão durante a campanha eleitoral. Agora, quem vai definir os critérios sou eu", avisou o candidato.
A três dias do segundo turno, o petista classificou de indevida e desrespeitosa a mobilização nos bastidores de alguns correligionários em torno de uma formação de governo. "Nós estamos em campanha, tem de ter os pés no chão. Domingo é que o povo decide quem será o prefeito de São Paulo", disse o candidato, afirmando que se recusa a lidar com essa disputa às vésperas do pleito. Segundo o candidato, ninguém falou sobre o assunto diretamente com ele. "Acho que sabem como eu sou", respondeu.
O candidato também atacou a proposta de "última hora" do candidato do PSDB, José Serra, de ampliar o tempo de utilização do bilhete único de 3 para 6 horas. Para Haddad, a ideia do tucano é "uma cópia mal feita" de seu bilhete único mensal. "É um remendo da minha proposta, que é muito mais generosa porque (o bilhete) é mensal ou semanal", comentou. Haddad lembrou que na eleição presidencial de 2010, Serra utilizou-se da estratégia de lançar novas propostas faltando poucos dias para a decisão das urnas, entre elas, o reajuste do salário mínimo para aposentados. "É típico de quem não planejou a campanha", avaliou.
Visita
Haddad se reuniu nesta quinta-feira com membros da Academia Paulista de Letras, entre eles, a escritora Lygia Fagundes Telles, o autor de quadrinhos Maurício de Sousa, e o maestro Júlio Medaglia. Ao lado do candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo, deputado federal Gabriel Chalita (PMDB), e do Bispo de Santo Amaro, Dom Fernando Antônio Figueiredo, Haddad ouviu elogios de Lygia e ganhou de Maurício de Sousa, exemplares da turma jovem da Mônica. No final do evento, Haddad brincou com os jornalistas e disse que ficaria feliz em ganhar o voto de Mônica e Cebolinha. "Espero contar com todos os votos possíveis e imagináveis. Se o Cebolinha e a Mônica quiserem votar..."
Mais cedo, Haddad se reuniu com o jogador de futebol do Palmeiras, Marcos Assunção, que declarou apoio ao candidato. Em um recado indireto ao candidato do PSDB, o jogador do time ao qual Serra torce, comparou a aposentadoria de políticos à dos jogadores de futebol. "Vida de político é igual ao do jogador de futebol. Chega a hora que tem de parar para dar lugar ao mais jovem", afirmou o jogador palmeirense.