Absolvido pelo Supremo Tribunal Federal das acusações de lavagem de dinheiro e corrupção ativa no processo do mensalão, o ex-ministro dos Transportes e atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (sem partido), disse nessa quinta-feira que estava convicto de que seria inocentado em um “julgamento técnico”. Adauto acusou o ex-procurador Antonio Fernando de Souza - autor da denúncia do mensalão - de adotar um viés político na acusação formal contra os 40 denunciados.
Conforme Adauto, o chefe do Ministério Público Federal na época quis colaborar para que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não fosse reeleito em 2006. “Por que foram 40 e não foram 39 ou 41? Foi num determinado momento que o procurador quis colaborar para que não houvesse a reeleição do presidente Lula. Não tenho dúvida disso. O número de acusados que ele colocou na peça, ele demonstrou claramente que quis dar a sua colaboração numa história que a gente conhece muito bem”, afirmou o ex-ministro, em referência ao conto Ali Babá e os 40 Ladrões.
Adauto foi absolvido por unanimidade do crime de corrupção ativa. No caso de lavagem de dinheiro houve empate de votos, o que levou à absolvição. O ex-ministro afirma que, apesar de “toda a dureza do processo”, o “máximo que conseguiram foi o empate”. “Do ponto de vista político, já tive meu julgamento, quando me reelegi, e agora, do ponto de vista jurídico, da maior Corte do País.”
Ao Estado, Antonio Fernando disse que tem se mantido longe de polêmicas envolvendo o julgamento. “A denúncia já passou pelo Supremo e quem sobrou, sobrou. Da minha parte eu não tenho nenhuma resposta.”