No mesmo documento, a comunista diz ser pessoalmente contra o aborto, apesar de defender a legislação atual, que permite a interrupção da gravidez em casos de risco para a mãe, estupro ou feto com anencefalia (sem cérebro). Ela também se compromete, no panfleto, a votar contra quaisquer projetos de lei “que visem promover afrontas à família”.
E, em uma guinada, a senadora, que já defendeu a urgência para o projeto de lei, em tramitação no Senado, que criminaliza a homofobia, se compromete a votar a favor somente dos artigos que “não violem a liberdade da família, crença, fé pessoal, grupos sociais, culto, expressão”.
Ela já abordou o assunto na propaganda eleitoral na TV, dizendo que mudou de opinião sobre o projeto de criminalização da homofobia depois de conversar com o senador Magno Malta (PR-ES), que é uma liderança evangélica: “Eu imaginava que o projeto era para punir intolerantes. Conversei com o senador Magno Malta e descobri que ele promove a discriminação, principalmente contra os evangélicos”.
Na reunião de Vanessa com a Assembleia de Deus na noite de anteontem também foi distribuído um panfleto apócrifo com ataques ao adversário Arthur Virgílio. O folheto explora declaração do tucano, publicada em um jornal local, que ele derrotaria a Assembleia de Deus. O candidato do PSDB diz que sua declaração foi distorcida e que sua afirmação foi que derrotaria Vanessa na Assembleia de Deus.
A senadora diz não ver contradição entre o fato de ser integrante do Partido Comunista do Brasil e fazer uma campanha tão atrelada à religião: “No meu partido ninguém é obrigado a fazer nada. A fé de cada um é de cada um. No meu partido há vários evangélicos. Eu sou católica”.