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Como no 1.º turno, Dirceu não falou com os jornalistas. “Vou falar depois do julgamento, só vim votar”, disse o ex-ministro, referindo-se à Ação Penal 470, que chegou à sua etapa derradeira - os ministros do Supremo Tribunal Federal deverão fixar a pena para ele e para Genoino em novembro.
A chegada do ex-ministro fez ferver a Rua Ibirarema, que quase se transformou no palco de um entrevero, ante a inércia de dois policiais militares. De um lado, um grupo menor recepcionou Dirceu a seu modo. “Pega ladrão! Mensaleiro quadrilheiro!”
A reação foi imediata. Um contingente ruidoso e truculento, em número bem maior que o antagonista, entrou em cena. Eram os “amigos do Zé”, como se identificaram os militantes vestidos com camisetas vermelha, umas com a estrela do PT e muitas com a foto do ex-ministro estampada e os dizeres: “Dirceu, estamos com você”.
Dirceu partiu às 15h45. Mais tarde, na quadra do sindicato dos bancários, com Genoino e dirigentes da CUT, ele acompanhou a apuração.
Do outro lado da cidade, seu colega de banco dos réus do mensalão, Genoino, chegou para votar e também foi blindado por uma turma arredia. Eles hostilizaram a imprensa com a mesma frase que o ex-deputado dedicou aos jornalistas no 1.º turno: “Vocês são uns urubus”.
Genoino estava envolto em uma bandeira do Brasil, que lhe foi dada por um militante. Cerca de uma hora antes de o ex-presidente do PT votar, seus aliados e correligionários do PSDB entraram em conflito em frente ao colégio. “Vamos enterrar o Serra”, provocaram os petistas. “A quadrilha chegou”, devolveram os tucanos.