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Lista de benefícios e alto salário deixam deputados federais longe da realidade da populaçãoCongresso divulga os salários de parlamentaresSenado vai cobrar pagamento de IR do 14º e 15º salários de senadores na JustiçaMinas tem quase 200 cidades onde vereadores tiveram salário reajustadoVereadores de Belo Horizonte ainda podem tentar aumentar saláriosDeputados federais esvaziam sessão sobre fim do 14º e 15º saláriosFalta de quórum ameaça aprovação do fim dos salários extras para os parlamentaresPresidente da Câmara pauta 40 propostas para serem votadas até final deste anoOs deputados já manobraram diversas vezes para não votar o projeto e assim evitar o fim do privilégio. Caso eles consigam empurrar a decisão para o próximo ano eles vão receber os dois salários adicionais neste ano. Durante o período eleitoral seis sessões foram esvaziadas e o quórum mínimo não foi atingido, impossibilitando a votação.
Além de as eleições municipais servirem de justificativa para vários integrantes da CTF não irem à reunião, os deputados usam o horário da sessão como desculpa. Como a reunião é sempre às quartas-feiras, às 10h30, muitos parlamentares vão a Brasília apenas para participar da votação no plenário à tarde e perdem o turno da manhã, quando ocorrem as comissões.
Além dos 15 salários de R$ 26.723,13, os parlamentares recebem o auxílio-moradia mensal de R$ 3 mil (ou o direito de morar em um apartamento funcional). Ganham também uma cota de atividade parlamentar (verba indenizatória, passagens aéreas, combustível, cota de postagens e telefone, segurança, contratação de consultores, divulgação da atividade parlamentar, locação de veículos e manutenção de escritórios), entre R$ 23.033,13 e R$ 34.258,50, dependendo do estado de origem do deputado. Líderes e presidentes de comissões recebem pagamento extra de R$ 1.244,54. Outro benefício é a verba de gabinete para contratar até 25 assessores parlamentares, que é de R$ 60 mil mensais.
Em maio, depois de o Estado de Minas denunciar que os senadores recebiam os vencimentos extras mas não pagavam Imposto de Renda, o projeto que acabava com o fim da regalia foi aprovado por unanimidade no Senado Federal. Em julho, foi a vez de a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) acabar com a regalia dos deputados estaduais. Após um sequencia de matérias publicadas pelo EM, a Mesa Diretora cancelou o pagamento de R$ 40.084,70, equivalente ao 14º e 15º salários, pagos em fevereiro e dezembro, que em tese eram justificados para a compra de terno. A economia a cada mandato será de R$ 9.259.565,70.
O pagamento do 14º e 15º é antigo e foi instituído pela Constituição de 1946. O objetivo era ressarcir os deputados gastos com o deslocamento da família para o Rio de Janeiro, capital da República à época. A Constituição de 1988 eliminou o auxílio-paletó, que passou a ser regularizado por um ato da Mesa Diretora da Câmara. (Colaborou Adriana Caitano)