O líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), criticou a decisão de encerrar a CPI em dezembro: “A sujeira e o lixo estão sendo empurrados para debaixo do tapete da impunidade”, afirmou. Pelo prazo original, a CPI deveria encerrar os trabalhos em 4 de novembro. A oposição ainda tentou colher assinaturas para que a investigação fosse prorrogada por 180 dias. O maior objetivo era quebrar o sigilo de 12 empresas fantasmas que foram abastecidas pela Construtora Delta para irrigar campanhas eleitorais em 2010. Com a aprovação de um prazo tímido, mais de 500 requerimentos, incluindo aqueles que solicitavam a quebra dos sigilos das firmas fantasmas, foram suspensos.
Ontem, o Ministério Público do Rio de Janeiro instaurou inquérito civil para apurar irregularidades em contratos firmados entre a prefeitura carioca e a Delta. O procedimento investigativo vai levar em consideração os últimos três anos. Existem fortes suspeitas de que a construtora teria sido beneficiada com dispensas de licitação autorizadas pela prefeitura. Grande parte dos contratos foi assinada após as enchentes que atingiram o Rio de Janeiro em abril de 2010.
Na sessão administrativa da CPI na quarta-feira, as relações da Delta no Rio de Janeiro motivaram um bate-boca entre o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), e o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ). A discussão teve início quando Bueno acusou a CPI de deixar de convocar, deliberadamente, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). “Quando foi negada a presença do senhor Sérgio Cabral aqui, para mim ele passou a ser o principal suspeito. Estamos há 60 dias sem tomar uma decisão nesta CPI”, declarou. Para defender o governador, Picciani chamou o líder do PPS de leviano. Bueno retrucou: “Leviano é você.”