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Estado de Minas MENSALÃO

Retomada do julgamento ocorrerá em meio à discussão sobre novo depoimento de Valério

Dosimetria de penas continua a partir desta quarta-feira


postado em 04/11/2012 07:27 / atualizado em 04/11/2012 07:32

Para o ministro Marco Aurélio Mello, novos fatos não vão modificar a ação penal (foto: Carlos Humberto/SCO/STF )
Para o ministro Marco Aurélio Mello, novos fatos não vão modificar a ação penal (foto: Carlos Humberto/SCO/STF )
O julgamento do mensalão será retomado na próxima quarta-feira, em meio à polêmica sobre o novo depoimento que teria sido concedido pelo empresário Marcos Valério à Procuradoria Geral da República. Nesse depoimento, ele teria dito que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi extorquido por um empresário que o ameaçava envolvê-lo no caso de desvios de recursos na administração do prefeito de Santo André, assassinado em 2002. Marcos Valério, que tenta o benefício da delação premiada, foi o primeiro réu a ter as penas calculadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A punição, fixada em mais de 40 anos de prisão, pode ser reavaliada. A Ação Penal 470 está na fase final, a da dosimetria.

Ainda pairam expectativas sobre a possibilidade de Marcos Valério conseguir algum tipo de benefício caso ele apresente provas inéditas ou alguma colaboração significativa para elucidação do caso. Ontem, a assessoria de imprensa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que a PGR não irá comentar as informações recentes. Magistrados da Suprema Corte e integrantes da procuradoria asseguram, no entanto, que o julgamento do mensalão, previsto para terminar neste mês, não será influenciado por novas apurações. Ontem, o Estado de Minas publicou reportagem em que o ministro do STF Marco Aurélio Mello afirma que "novos fatos podem frutificar em outros processos, em outras áreas jurídicas, mas não na AP 470". O ministro já tinha afirmado que não vê como Marcos Valério não ser preso.

Reportagens do EM também já mostraram que não é a primeira vez que o empresário tenta obter o benefício da delação premiada. Em agosto, a defesa do reú havia pedido que o Supremo considerasse as "colaborações" de Valério. Em setembro, ele enviou fax ao STF pedindo para ser incluído no serviço de proteção à testemunha. No documento, ele afirmou, mais uma vez, que faria novas acusações caso a solicitação fosse acatada.

Ontem, a oposição voltou a cobrar a abertura de inquérito para apurar a suposta conexão com o caso Santo André. Para líderes de PSDB, PPS e PSOL, as declarações do operador do mensalão impõem nova investigação sobre esquema de corrupção na gestão do prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, e a possível participação de outros personagens, entre eles o ex-presidente Lula.

Motivos O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), defende que não se dê "credibilidade" às acusações de Valério. "Ele não tem credibilidade mais, se é que teve um dia. Vai para a cadeia e fala isso tudo por esse motivo", diz o petista. Tatto afirma que o caso de Santo André já foi apurado, sem ter sido provado o envolvimento de integrantes do PT no crime. "Quebraram sigilos bancário e telefônico e não acharam nada. Temos de virar a página."


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