O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, considerou nesta segunda-feira ser viável a redução da pena do operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado a 40 anos pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, evasão de divisas, corrupção ativa e peculato, dentro do processo do mensalão.
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Ayres Britto diz que não recebeu pedido para reter passaportes de réus do mensalãoAyres Britto pode sair do STF sem deixar penas do mensalão por escritoAyres Britto indica que empate deve levar a absolviçõesBritto acredita que julgamento do mensalão acabe antes de se aposentarProcurador-geral da República descarta proteção imediata a Marcos Valério Gilberto Carvalho considera desespero supostas declarações de Marcos ValérioSegundo ele, uma eventual redução será com base "técnica". "Tudo é possível no ajuste final, que chamamos de dosimetria", afirmou. Ele deixou claro que uma redução da pena não tem relação com a proposta da defesa de Marcos Valério, feita em setembro, ao STF e Ministério Público Federal (MPF), de delação premiada mediante novas informações sobre o caso.
"É com base no que já se encontra nos autos", destacou. "Não tem nada a ver com o que ele falou, se falou, em setembro". O presidente do STF não confirmou sequer o encontro de Valerio. "Não sei nem se ele falou em setembro".
O tribunal retoma o cálculo das penas nesta na quarta-feira (07). Ayres Britto acredita que a dosimetria das penas dos 25 acusados no processo do mensalão será concluída nas quatro sessões que serão realizadas até o dia 18, quando ele completa 70 anos e se aposenta compulsoriamente do cargo. "Prefiro acreditar que terminaremos o processo em quatro sessões", afirmou. Ayres Britto participou de solenidade de aposição do busto do ex-ministro do STF, o paraibano Djaci Falcão (1919-2012) , na sede do TRF-5, em Aracaju, Sergipe.