Brasília – Uma imprensa livre é fundamental para o combate à corrupção. Foi o que defendeu ontem a presidente Dilma Rousseff, durante a abertura da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. “Estou convencida de que mesmo quando há exageros, e nós sabemos que em qualquer área eles existem, é sempre preferível o ruído da imprensa livre ao silêncio tumular das ditaduras”, afirmou. A bandeira da liberdade de imprensa está presente nos discursos de Dilma desde o dia da posse.
Logo após o discurso, a presidente Dilma deixou a plenária sem dar entrevistas e, portanto, sem esclarecer se o que disse estava direcionado ao ex-ministro. Ela colocou a importância da liberdade de imprensa lado a lado com o trabalho de órgãos de investigação e fiscalização. “A democracia brasileira conta com instrumentos sólidos, como a respeitada Controladoria-Geral da União, os tribunais de contas – em especial o TCU –, um Ministério Público independente, uma Polícia Federal atuante e uma imprensa livre”, disse.
Falando para uma plateia composta, em grande parte, por estrangeiros, Dilma lembrou da forte censura que a mídia já sofreu no país. “Nós, todo o povo brasileiro, conhecemos na pele o que estamos falando. Vivemos sob ditadura e construímos nossa democracia”.
Sem se referir ao mensalão em nenhum momento, a presidente repetiu o que já vem sendo dito por petistas desde que o escândalo veio à tona. Ela afirmou que o governo oferece amplo respaldo aos órgãos de controle, seja na fiscalização, na investigação ou na punição dos casos de corrupção. Mas defendeu que “o combate ao malfeito não pode ser usado para atacar a credibilidade da ação política, tão importante nas sociedades modernas. O discurso anticorrupção não deve se confundir com o discurso antipolítica ou antiestado, que serve a outros interesses”. No fim do dia, a presidente recebeu a jornalista iemenita vencedora do prêmio Nobel da Paz 2011, Tawakkol Karman. As duas conversaram sobre a transparência no acesso aos dados públicos.
VISITA O ex-deputado petista Paulo Rocha esteve no início da tarde de ontem no Palácio do Planalto. Ele entrou pela portaria principal e se dirigiu à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, que fica no quarto andar. De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, o ex-deputado, que foi absolvido no julgamento do mensalão, se reuniu durante 20 minutos, aproximadamente, com o secretário executivo, Claudinei Nascimento. Segundo informações oficiais, os dois conversaram assuntos da bancada do PT. Os detalhes não foram revelados.