O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), disse, nesta quinta-feira, após almoço com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, que reiterou a necessidade de ela não vetar o projeto de distribuição de royalties do petróleo aprovado pela Câmara na terça-feira (6) à noite. O governador falou da preocupação da presidente com o texto aprovado e comentou que ela disse que o material está sendo "minuciosamente estudado pelo governo".
O governador do Ceará contou que pela manhã, quando chegou ao Palácio do Planalto, esteve no gabinete de Dilma na companhia do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS). Na ocasião, Maia disse à presidente que o texto aprovado é uma vontade reiterada dos parlamentares e pediu que ela não se desgastasse vetando o texto. Cid Gomes emendou a conversa, dizendo: "Eu assino embaixo do que ele está falando. A senhora já fez o que podia fazer pelo Rio de Janeiro e pelo Espírito Santo. Não é justo mudar isso. Não é justo com os demais Estados", disse.
Sobre as declarações de governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), de que o Estado não teria condições de realizar a Copa do Mundo e a Olimpíada por causa da mudança nos royalties, Cid Gomes atacou: "Me recuso a acreditar que isso seja uma chantagem. Se ele tiver problema, nós podemos, muito bem, realizar os cinco ou seis jogos previstos para serem realizados no Rio no Ceará, assim como a Olimpíada. E tudo que nós pegamos para fazer, fazemos bem feito".
"É muito importante que Estados e municípios tenham participação mais justa nos royalties. O Brasil tem 27 Estados e mais de 5 mil municípios. E isso (o petróleo) está a 500 quilômetros da costa do Rio. Não é justo que apenas poucos Estados e municípios sejam beneficiados", defendeu. No caso da destinação de recursos dos royalties para a educação, Cid Gomes lembrou que isso pode ser alterado durante a votação do Plano Nacional de Educação.