Nada de fraudes nas urnas eletrônicas, ausência de mesários, violência ou atrasos para apuração de resultados. A maior preocupação da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, na primeira eleição que ela comandou, foi com o risco de um apagão. Foi o que a mineira revelou nessa quinta-feira, em discurso como oradora e homenageada com a medalha de mérito pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A magistrada exaltou a tecnologia do sistema eleitoral brasileiro e criticou o que considera uma falha em um ponto essencial para a dignidade do cidadão.
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De acordo com a ministra, o Brasil precisa se preocupar com as mudanças e avanços tecnológicos, mas com o cuidado de garantir “um mínimo de qualidade existencial, de direitos fundamentais a todos os brasileiros”. Em discurso na solenidade da Medalha do Mérito Legislativo, Cármen Lúcia lembrou que as duas principais leis que regem as eleições no país tiveram a participação popular. Ela se referiu às normas que passaram a punir a compra de votos, e mais recente, a Ficha Limpa, que impede políticos condenados por órgãos colegiados de disputarem cargos eletivos.
Mulheres
O presidente da ALMG, Dinis Pinheiro (PSDB), falou do avanço da democracia brasileira desde que as mulheres passaram a ter o direito de votar, há 80 anos, e da honra de ter uma mineira à frente do TSE. O tucano citou também o avanço de termos uma presidente da República, se referindo a Dilma Rousseff (PT). Além de Cármen Lúcia, também foram agraciados com o maior grau da medalha os presidentes dos tribunais Regional Eleitoral (TRE-MG), Antônio Carlos Cruvinel; de Justiça, Joaquim Herculano Rodrigues; e de Contas, Wanderlei Ávila. A atriz Cecília Bizzotto, morta em um assalto no mês passado, recebeu homenagem póstuma. A Assembleia concedeu 227 medalhas a pessoas e instituições.