Para conseguir uma vaga de vereador em Belo Horizonte os candidatos precisaram gastar o dobro de dinheiro em relação à última eleição, em 2008. O gasto médio dos eleitos foi de R$ 204.476 ante R$ 101.937 há quatro anos. Os 41 eleitos conquistaram um total de 276.689 votos, o que representa um custo de R$ 27,67 por voto recebido. Considerando o valor gasto por eleitor, o vereador que teve o voto mais “caro” foi o tucano Pablito: R$ 75. Na sequência, seu colega de partido, Léo Burguês, com R$ 66, e depois o médico Alexandre Gomes (PSB), com R$ 64 por eleitor.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibilizou nessa quinta-feira as receitas e os gastos dos candidatos. Porém, quatro dos 41 vereadores eleitos não tiveram as informações divulgadas: Pastor Jorge Santos (PRB), Juninho (PT), Leonardo Mattos (PV) e Dr. Sandro (PCdoB). Mesmo sem contabilizar os valores dos quatro candidatos, o total gasto pelos eleitos quase dobrou na comparação com a última eleição.
Em 2008, a soma do dinheiro investido pelos 41 eleitos foi de R$ 4,17 milhões. Neste ano, a quantia é de pelo menos R$ 7,65 milhões. O Parlamento da capital mineira teve uma expressiva renovação, sendo que foram eleitos 22 novos vereadores. Dos novatos, o que mais gastou na campanha foi Pedro Patrus, filho do candidato derrotado a prefeito Patrus Ananias (PT). Pedro gastou R$ 574 mil, tendo a segundo campanha mais cara.
Do outro lado da tabela, com a campanha mais barata, também está um vereador novato. Vere da Farmácia (PTdoB) declarou ter gasto apenas R$ 1.485. Outro econômico foi o ex-jogador de vôlei, Pelé (PTdoB), que conseguiu ser eleito investindo R$ 3,5 mil, segundo os dados do TSE.
As prestações de contas são obrigatórias para todos os 2.333 candidatos a prefeito e 70.222 a vereador em Minas Gerais que disputaram o primeiro turno das eleições. O prazo é válido também para os comitês financeiros e partidos políticos. No caso dos candidatos a prefeito que disputaram o segundo turno, a apresentação das contas de campanha referentes aos dois turnos vai até o dia 27 de novembro deste ano.
Quem não apresentou a declaração será notificado pela Justiça Eleitoral e terá de prestar contas no prazo de 72 horas. Se continuar omisso, as contas serão julgadas como não prestadas, impedindo o candidato de obter certidão de quitação eleitoral durante o período do mandato para o qual concorreu. Nenhum candidato poderá ser diplomado antes que suas contas sejam prestadas. Elas serão analisadas e julgadas pelos juízes eleitorais. De acordo com o calendário eleitoral, a diplomação ocorrerá até 19 de dezembro, ficando a cargo do juiz eleitoral de cada município marcar a data.