O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta sexta-feira, em entrevista à imprensa, que vai aguardar a publicação do acórdão do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), para adotar medidas destinadas a recuperar o dinheiro público usado no esquema de compra de voto de parlamentares. "É importante colocar o preto no branco, com as definições para que se possa atuar", disse ele, explicando que a primeira coisa a verificar é "o que foi efetivamente dinheiro público". Cardozo participou de um painel sobre lavagem de dinheiro e recuperação de ativos na Conferência Internacional Anticorrupção, promovida pela Controladoria-Geral da União (CGU) e a Transparência Internacional, em Brasília. "Só quando o STF fixar isso num acórdão nós vamos verificar: O dinheiro foi para onde? Foi perdido? Foi (público)? Não foi?. Aí você toma, em cima disso, os procedimentos necessários", explicou.
Todas as medidas determinadas pelo STF, segundo Cardozo, estão sendo imediatamente obedecidas. Uma delas diz respeito ao recolhimento dos passaportes e inclusão dos 25 condenados na lista do Sistema Nacional de Procurados e Impedidos (Sinpi), da Polícia Federal (PF), para evitar que fujam do País. "Recebi o ofício do ministro Joaquim (Barbosa, relator do mensalão) e determinei imediatamente à PF que tomasse as medidas cabíveis", disse.
Entre os impedidos de sair do País estão o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), o ex-deputado José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O ministro explicou que as determinações são judiciais e não cabe ao governo discuti-las, mas executá-las. "Nesse momento, a situação está sub judice e é portanto o judiciário que toma as medidas cautelares que ele acha que deve. Cabe a nós apenas executar", reforçou.