Jornal Estado de Minas

Bahia receberá maior volume de recursos contra a seca

Marcelo da Fonseca- enviado especial
Os recursos de R$ 1,8 bilhão anunciados nessa sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff, durante reunião ordinária da Sudene, em Salvador, serão aplicados na construção e ampliação de barragens, adutoras, sistemas de abastecimento e em outras obras para aumentar a oferta de água no Nordeste e em Minas. Além da barragem no território mineiro, os recursos vão financiar um total de 77 projetos em municípios do semiárido que tiveram decreto de situação de emergência por causa da seca reconhecido pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. As obras serão indicadas pelos governos estaduais e terão prazo de um ano e meio para conclusão da primeira etapa.
A maior parte do dinheiro, cerca de R$ 1 bilhão, será repassada pelo Ministério da Integração Nacional para 33 obras. Do orçamento do Ministério das Cidades sairão R$ 656,2 milhões, a serem investidos em 22 projetos. Mais 22 empreendimentos serão financiados com R$ 108 milhões da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

O estado que vai receber mais investimentos na primeira fase é a Bahia, com R$ 454,9 milhões de repasses para sete projetos. Em seguida está o Piauí, que vai receber R$ 307,5 milhões para quatro obras. Pernambuco aparece na sequência e deve receber R$ 242 milhões para investimentos em 14 projetos.

Mais cedo, ao inaugurar a Adutora do Algodão, na região de Guanambi, também na Bahia, a presidente disse que a meta do governo é garantir o abastecimento de água das regiões que sofrem com a seca. Dilma ressaltou que é impossível controlar a chuva e a seca, mas é possível assegurar instrumentos que melhorem a vida da população nos períodos de estiagem.

“Chegou a hora de resolver o problema da água de forma a garantir que as mulheres, os homens e as crianças possam tomar café e tomar um banho”, disse a presidente, em cerimônia em Malhada, na Bahia, ao lado do governador do estado, Jaques Wagner, de ministros, parlamentares e prefeitos de municípios da região. “É uma coisa horrível não poder dar uma água limpa para um filho ou filha”, disse.

A presidente lembrou das dificuldades enfrentadas pelo seu bisavô, que morava numa cidade da região e precisou se mudar para melhorar as condições de vida. “É muito importante para as pessoas terem água limpa e de qualidade. O meu bisavô nasceu em Caetité, foi embora para Minas Gerais, e agora, tanto tempo depois, fico feliz por uma obra que vai garantir que as pessoas possam ficar aqui, que vão ter água de qualidade”, disse.

A adutora, que custou R$ 140 milhões, vai abastecer as casas de 110 mil pessoas. Dilma anunciou também a segunda etapa da Adutora do Algodão, orçada em R$ 55 milhões, que vai atender 55 mil pessoas na região.