Condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza tem mais uma pendência a resolver com o Judiciário. A prefeitura de Belo Horizonte entrou com ação para demolir um muro que fechou a Rua Golda Meir, no bairro Bandeirantes, na região da Pampulha, ligando dois terrenos de Valério - um deles uma hípica onde sua filha tinha aulas de equitação.
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Durante esse tempo, além de manter a rua fechada pelo muro, Valério chegou a pedir a “desafetação” de parte da via pública para que ela fosse oficialmente incorporada a seus terrenos com o argumento de que o trecho estava “incorporado, uma vez que a via foi fechada por muro de alvenaria pelos antigos proprietários” da área. A prefeitura negou a solicitação com a justificativa de que foi um “pedido manifestamente descabido, pois o interesse privado do réu jamais poderia determinar a desafetação de via pública”.
Em 24 de agosto, a promotora Cláudia Ferreira de Souza enviou ofício à prefeitura dando prazo de 30 dias para que fosse feita vistoria no local. Sem resposta, ela enviou novo ofício em 8 de outubro e foi informada de que o caso estava na Justiça. A ação de imissão de posse foi apresentada ao Judiciário no início de outubro, com pedido de liminar para que o muro fosse demolido. Ao Estado, a prefeitura alegou que esgotou os recursos de fiscalização antes de enviar o caso à Justiça. No entanto, assumiu que a ação só foi protocolada após o município receber a primeira notificação do MPE. Valério ainda não tem advogado nomeado no processo.