O esperado embate entre um policial civil e um coronel reformado da Polícia Militar na Câmara Municipal de Belo Horizonte poderá não acontecer por falta de representante de uma das duas corporações, que mantêm rixa histórica. O coronel reformado Edvaldo Piccinini (PSB), eleito em outubro para vaga na Casa com 7.480 votos, é cotado para assumir o comando da Guarda Municipal. Do outro lado, quem fica sem rival no parlamento é o delegado Edson Moreira (PTN), que venceu a disputa com 10.532 votos. A posse na Câmara é em janeiro.
Piccinini já tem até o modo de gestão que pretende implantar na Guarda Municipal, que já é comandada por policiais militares reformados. Em entrevista ao Estado de Minas logo depois das eleições, o vereador eleito disse que a corporação pode atuar em trabalhos educativos nas comunidades das periferias da capital.
Mas seu possível ex-futuro rival na Câmara, Edson Moreira, sugere que, caso assuma o comando da corporação, Piccinini faça exatamente o contrário: “Tomara que coloque a Guarda Municipal para fazer o policiamento ostensivo na capital, trazendo mais segurança para a cidade”, disse o delegado. O coronel reformado já foi comandante do policiamento de Belo Horizonte e é presidente do Clube dos Oficiais. A maior parte de seus votos saiu das urnas da Região Oeste da capital. A amigos, Piccinini diz que cumprirá seu mandato.
De forma oficial, o PSB de Belo Horizonte garante que não há qualquer articulação para nomear vereadores para cargos no Poder Executivo. “É prematura qualquer conversa sobre quem vai ocupar qualquer posto no próximo governo. O tempo para que isso ocorra será dado pelo prefeito Marcio Lacerda”, diz o presidente municipal do PSB, João Marcos Grossi. Conforme o dirigente partidário, o mais provável é que as reuniões entre as legendas para discutir a formação do secretariado para o novo mandato do prefeito acontecerá somente em dezembro.