Os partidos de oposição no Congresso elogiaram as penas aplicadas ao ex-ministro José Dirceu no julgamento do mensalão. “Vai se consolidando a ideia de que a impunidade é um capítulo que fica para trás. Não importa se é um engravatado ou um ladrão de galinha”, disse o vice-líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM).
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), avaliou, porém, que o período da pena de prisão imposto aos petistas “foi pouco”. “Mas o importante não é a duração da pena e, sim, a postura de implacabilidade adotada pelo Supremo”, ressaltou.
Para o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, que disputou a Presidência em 2010 pelo PSOL, “o Supremo não se deixou impressionar pelo poderio político do acusado e deu uma pena pesadinha”. “Não facilitaram.”
O ex-deputado Fernando Gabeira (PV) disse que a condenação de Dirceu é “a consequência jurídica de um processo político que já havia sido decidido na Câmara com a cassação do mandato dele”.
‘Injustiça’
Já o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), afirmou que os ministros do Supremo cometeram uma “grande injustiça”. “Eles (Dirceu e José Genoino) foram condenados de forma injusta. Eles lutaram contra a ditadura, pela democracia. Vejo com tristeza e dor essa condenação”, afirmou Tatto.
Na avaliação do jurista Miguel Reale Júnior, professor da Faculdade de Direito da USP, as penas aplicadas pelo STF a Dirceu e Genoino são elevadas, mas justificadas do ponto de vista legal. “As penas são elevadas, sem dúvida, mas estão dentro dos parâmetros que foram aplicados a quase todos os envolvidos”, afirmou.
Ex-mulher
A comerciante Clara Becker, primeira mulher do ex-ministro José Dirceu, disse ter ficado “aliviada” ao saber que ele terá possibilidade de ficar em regime semiaberto depois de 1 ano e 9 meses de prisão. “Meu filho Zeca (Dirceu, deputado federal, PT-PR) havia me dito para eu esperar pelo pior. Dois anos até que passam rápido”, afirmou Clara.