Em uma mudança de estratégia, parlamentares da CPI do Cachoeira decidiram adiar para a semana que vem reunião com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Nessa nova data, levarão o voto a ser apresentado ao parecer do relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), e não mais um parecer avulso que pretendiam entregar nesta quarta. Eles entendem que surtirá mais efeito a entrega de um documento ao Ministério Público Federal (MPF) apontando as brechas do parecer oficial da CPI, em vez de se manifestarem individualmente.
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CPI do Cachoeira pedirá indiciamento de Marconi PerilloRelator da CPI do Cachoeira diz que documento "será bastante contundente"CPI do Cachoeira pedirá o indiciamento de todos os depoentes que se recusaram a falarRelatório da CPI do Cachoeira deve ser apresentado na terça-feiraOs parlamentares da oposição querem também o indiciamento do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), sobre o qual consideram que há provas consistentes de envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Desejam, ainda, que sejam aprofundadas as investigações contra os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) e de Tocantins, Siqueira Campos (PSDB).
"Estamos salvando a investigação", sintetiza o líder do PSOL, senador Randolfe Rodrigues (AP). O senador lembra que permanece em sigilo o destino de milhões de reais repassados pelas 12 empresas, tidas como laranjas da Delta. "Nosso objetivo é o de impedir que a CPMI se transforme na maior vergonha do Congresso" acrescenta.
O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) atribui sobretudo à situação da Delta o "breque" imposto por parlamentares governistas à investigação da comissão. "É evidente que as empresas laranjas ajudaram na campanha de 2010", afirma.