O juiz da 1ª. Vara da Fazenda Pública de Belém, Elder Lisboa Ferreira da Costa, mandou bloquear os bens de 39 pessoas acusadas de fraudes em licitações de obras e informática da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), entre elas o senador Mário Couto (PSDB-PA) e uma filha dele, Cilene Couto, deputada estadual tucana. O senador foi atingido pela decisão porque no período em que as irregularidades ocorreram era ele o presidente da Alepa. Outro que também teve os bens bloqueados foi o ex-presidente, Domingos Juvenil (PMDB), eleito em outubro prefeito de Altamira.
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Haddad antecipará bilhete e fim de taxaPF vê lavagem e quadrilha em avião com dinheiro no ParáDilma participará de comícios em três capitais no 2º turnoMorre de enfisema pulmonar Almir Gabriel, ex-governador do ParáEm setembro passado, o juiz da 7a Vara Criminal, Ernani Malto, determinou a quebra do sigilo bancário de vários acusados. Entre as suspeitas estão a existência de funcionários fantasmas que chegavam a receber pagamentos de até seis férias por ano e ainda fraudes em processos licitatórios envolvendo a contratação de empresas na área de informática. As fraudes na área de informática foram as que geraram mais ônus ao Estado.
Segundo o juiz, o bloqueio de bens seria uma "forma de garantir futuro ressarcimento ao erário". Ele salienta que a indisponibilidade dos bens não é indicada somente para os casos de existirem sinais de dilapidação dos bens que seriam usados para pagamento de futura indenização, mas também nas hipóteses em que o julgador, a seu critério, avaliando as circunstâncias e os elementos constantes dos autos, afere o receio de que os bens sejam desviados, dificultando eventual ressarcimento.
As medidas tomadas por Elder Lisboa incluem expedição aos serviços de registro de imóveis de Belém, para a averbação nas matrículas de imóveis, porventura encontrados em nome dos requeridos; ofício à Receita Federal para o fornecimento de cópia da última declaração de bens e rendimentos dos acusados, bem como ao Detran para restrição judicial nos registros de veículos em nome de cada um deles.
Além disso, um ofício será enviado ao Banco Central, determinando o rastreamento e bloqueio de dinheiro em contas bancárias em nome dos acusados até o montante de R$ 13.310.502 72, cujos valores só poderão ser movimentos por decisão do juiz.
O senador Mário Couto afirmou que estava sabendo pela reportagem que o juiz havia decidido bloquear seus bens. "Para mim, isso é novidade e também algo que eu acho estranho", acrescentou. Segundo ele, o juiz já tentou uma primeira vez bloquear seus bens, mas sua decisão foi "derrubada" em grau de recurso no Tribunal de Justiça do Estado (TJE).
"Ele tenta novamente a mesma coisa, mas é lógico que eu vou recorrer e o Tribunal vai manter a decisão que tomou", adiantou. Indagado sobre as fraudes na Alepa, Couto foi econômico nas palavras: "por enquanto, ainda não quero falar sobre este caso".
O deputado Domingos Juvenil não foi encontrado para comentar a decisão do juiz, mas um assessor dele informou que ainda não havia chegado ao gabinete nenhuma notificação. Os advogados do peemedebista, porém, já se movimentam para recorrer ao TJ contra a decisão de Elder Lisboa..