Após pressão da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que levou 500 prefeitos de várias regiões do Brasil ao Palácio do Planalto na tarde dessa terça-feira, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, anunciou um pacote de medidas para tentar amenizar o problema financeiro das cidades. Em entrevista, Salvati garantiu que a presidente Dilma Rousseff vai editar uma medida provisória para viabilizar o pagamento, na sexta-feira, do Fundo de Exportação, no valor de aproximadamente R$ 2 bilhões. Os recursos serão divididos entre estados e municípios.
A ministra também assegurou o compromisso do governo com a liberação dos restos a pagar de obras que já estão sendo executadas. Ela garantiu ainda que o repasse dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) não será menor do que o que foi liberado no ano passado e que as dívidas previdenciárias serão renegociadas.
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Mas os prefeitos não saíram totalmente atendidos do encontro. O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, declarou que as medidas não resolvem a situação. “Não vai solucionar, mas vai amenizar e tirar muitos prefeitos do enquadramento de ficha suja. Há prefeitos que vão ser condenados por causa de R$ 5 mil, R$ 20 mil de restos a pagar e que não tiveram suficientes aportes de caixa para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. A maioria deles sem ter cometido um erro sequer, apenas pela situação estrutural da federação brasileira.
Bom, mas nem tanto
O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Ângelo Roncalli (PR), comemorou as medidas anunciadas pela ministra Ideli Salvati mas advertiu: “O principal item da pauta não foi atendido. Queremos que o governo federal compense os municípios pelo IPI da linha branca e dos automóveis e pela isenção da Cide (imposto dos combustíveis)”. Ele ressaltou presença dos representantes mineiros, que fizeram “a maior mobilização” e destacou: “Realmente muitos deles estão angustiados com essa situação. Não imaginávamos que a falta de recursos nos penalizaria tanto”. Roncalli disse também que a reunião com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AM), e os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Romero Jucá (PMDB-PR) foi proveitosa, e que eles se mostraram solidários com os prefeitos. .