O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, comanda nesta quarta-feira, pela última vez, o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão. Ele completa 70 anos no próximo domingo e, por isso, terá de se aposentar compulsoriamente. Na sexta-feira (16), Ayres Britto encerra o período na presidência da Corte Suprema. Ele disse que deixará a instituição com “o sentimento de dever cumprido”.
Leia Mais
De saída do STF, Ayres Britto prega 'cordialidade'Ayres Britto diz que se aposenta com o sentimento de dever cumpridoAyres Britto diz que não adiantará votos sobre mensalãoAyres Britto deixará processos importantes no STF sem definiçãoDilma quer novo ministro do STF com perfil discreto para substituir Ayres BrittoDiário Oficial da União publica decreto de aposentadoria de Ayres BrittoAyres Britto despede-se do Supremo e não deixará penas do mensalão por escritoPT lança manifesto em defesa dos réus do mensalãoSupremo adia decisão sobre mandato de condenadosSTF condena ex-vice de banco a 16 anos de prisãoAyres Britto é homenageado em última sessão no SupremoPresidente do Supremo discute salário dos tribunaisBarbosa quer acelerar cumprimento de penas dos condenados no processo do mensalão"Estou virando uma página e estou fazendo com alegria. Não perdi minha viagem como ministro do Supremo, estou certo disso, porque dei o máximo de mim. Fiz tudo com devoção, alegria, amor e responsabilidade.
Ayres Britto ficou menos de dois anos no comando do STF, devido à aposentadoria compulsória. A gestão foi marcada por julgamentos históricos, como o da Ação Penal 470 e o que autorizou a interrupção da gestação de anencéfalos, além da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Nessa terça-feira, ele se despediu do comando do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Britto negou que tenha sugerido um mutirão no Supremo para agilizar o fim do processo do mensalão. "Queria tocar o processo em um ritmo compatível entre presteza e segurança. O que eu não queria incidir, como não fiz, foi em pressa, porque isso prejudicaria a segurança do julgamento. Se não der para eu proclamar , o ministro Joaquim o fará, e isso não me frustra em nada", explicou.
A partir da próxima segunda-feira, a Corte Suprema será presidida interinamente pelo ministro Joaquim Barbosa – que é o relator do processo do mensalão.