A Câmara dos Deputados prepara uma reação contra o Supremo Tribunal Federal na defesa dos parlamentares condenados no processo do mensalão. Os deputados entendem que, pela Constituição, cabe a eles a palavra final sobre a cassação dos mandatos dos condenados, o que não deverá ocorrer tão cedo. Pretendem, assim, evitar até que colegas sejam presos enquanto estiverem no exercício do cargo.
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Deputados federais esvaziam sessão sobre fim do 14º e 15º saláriosDeputados escolherão se apoiam usuários ou provedores, diz relator do Marco Civil da InternetAnastasia está de olho na verba dos deputadosProjeto de Lei dos royalties do petróleo foi aprovado na Câmara dos Deputados com erroAssociações de juízes defendem STF diante de críticas do PT sobre o processo do mensalãoPT lança manifesto em defesa dos réus do mensalãoSupremo adia decisão sobre mandato de condenadosSTF condena ex-vice de banco a 16 anos de prisãoO clima na Câmara é de poupar os quatro mensaleiros da perda de mandato. A votação é secreta e são necessários os votos de 257 deputados para que eles tenham o mandato cassado. “Eles foram eleitos pelo voto do povo e esse voto é sagrado”, disse o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP). “Não vejo clima hoje na Casa para cassar esse pessoal”, emendou o deputado Danilo de Fortes (PMDB-CE).
A área técnica da Câmara tem sustentado que a Constituição é posterior ao Código Penal e nela está expresso que a perda do mandato só acontece após decisão transitada em julgado.
Favorito para ocupar a presidência da Casa a partir de 2013, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), teria um acordo tácito com petistas de protelar ao máximo essa votação. Mesmo quando o atraso não for mais possível a certeza na Câmara é que os condenados deverão ser absolvidos. Outro trecho da Constituição, o parágrafo 2.º do artigo 53, que afirma que um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável, também vem sendo citado. Para o deputado Sibá Machado (PT-AC), o STF “deixou-se envolver pelas pressões para fazer um julgamento político e de exceção”. “Aqui, quem decide somos nós.”.