As propostas oficiais do Judiciário e do Ministério Público da União (MPU) ao Orçamento de 2013, que preveem aumentos de 7,12% e de 29,53% nos salários, respectivamente, dos salários dos servidores, serão analisadas em conjunto com a proposta orçamentária apresentada pelo governo. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (14) pelo relator-geral do projeto, que prevê o reajuste, senador Romero Jucá (PMDB-RR).
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A ação do MPU é um mandado de segurança impetrado pelo próprio procurador-geral, Roberto Gurgel. Depois de lembrar que a Constituição garante ao Ministério Público autonomia financeira e administrativa, Gurgel explicou que o corte feito pelo Executivo fere o princípio da separação dos poderes.
No caso do Judiciário, a Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu o Executivo sob o argumento de que a proposta orçamentária havia sido mantida, ainda que anexa ao documento principal. Segundo a AGU, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, justificou a necessidade de adequação devido ao complexo cenário econômico atual e à necessidade de manter a economia brasileira funcionando bem.
De acordo com o MPU, a proposta orçamentária para 2013, elaborada de acordo com os limites estabelecidos pela Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e de Responsabilidade Fiscal (LRF), previu os recursos necessários ao reajuste dos subsídios dos membros considerando a inflação acumulada dos últimos quatro anos. Previu também os recursos correspondentes à reestruturação da carreira dos servidores.
As liminares não obrigam o Congresso Nacional a aprovar as propostas do MPU e do STF, mas tão-somente a conhecê-las e examiná-las.