Aos 33 anos, lutando para evitar as comparações com o passado da família, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) trouxe o carlismo de volta ao poder em Salvador. Derrotou o candidato do PT, Nelson Pelegrino, que tinha o apoio do governador Jaques Wagner (PT), do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff. “Não sou prefeito apenas dos 54% dos eleitores que votaram em mim, eu sou prefeito de toda cidade. Espero que o governador (Jaques Wagner) e a presidente (Dilma Rousseff) tenham essa mesma consciência”, cobrou ele.
ACM Neto negou que tenha desrespeitado o poder de Dilma ao escolher o vice-presidente Michel Temer como interlocutor preferencial no Planalto. Jura que foi mal interpretado. Também reforçou o argumento de que a pressão e a imaturidade o levaram a ameaçar bater em Lula no auge do mensalão. “Reagi de maneira indevida, acima do tom, para alguém que estava no segundo ano de seu primeiro mandato. Hoje estou no meu terceiro mandato, já tenho quase 10 anos e, evidentemente, como todo ser humano, tenho que aprender com meus erros”.
Em entrevista exclusiva, o prefeito eleito elogia Eduardo Campos (PSB-PE), mas diz que ele ainda não é um nome nacional.
O senhor disse que sua vitória não representava a volta do carlismo, mas não há como negar o simbolismo dessa eleição.
Não há como falar em retomada do carlismo. Estamos em 2012, século 21. É claro que tenho o maior orgulho do senador Antonio Carlos, do que ele representou e representa. Mas, desde o primeiro momento, eu procurei fazer uma costura política que ampliasse os horizontes do que eram tradicionalmente os votos cativos do meu grupo político em Salvador. Fiz uma aliança com o PSDB, inédita na capital. Fiz uma aliança com o PV, que era um aliado histórico do PT.