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Estado de Minas

Mais da metade dos estados toma "bomba" na transparência dos gastos públicos


postado em 20/11/2012 13:03 / atualizado em 20/11/2012 14:26

Mais da metade dos estados brasileiros ou 16 deles tomaram “bomba” no quesito transparência na prestação das contas públicas. Em uma escala de 0 a 10, oito obtiveram notas abaixo de 5, enquanto a outra parte não superou a casa dos 6 pontos. A avaliação é a da ONG Associação Contas Abertas, com sede em Brasília, que divulga nesta terça-feira um ranking com as notas obtidas por todos os 26 estados, além do Distrito Federal, nos portais que mantêm a partir de 2009, ano que passou a vigorar a determinação para que governos estaduais criassem portais para divulgação, em tempo real, na internet, de todas as informações sobre os governos estaduais. A partir de maio do ano que vê, a obrigação vai alcançar todas as 5.568 prefeituras do país.

Veja o ranking de 2012 e o ranking de 2010

O secretário-geral da ONG Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, explica que foram selecionados 110 itens focados no conteúdo (quantidade e qualidade da informação), na série histórica (há quanto tempo a informação é disponibilizada) e, também na usabilidade do portal ( ou seja, a facilidade para acessar os dados).

Dos 26 estados analisados, além do Distrito Federal, apesar apenas o estado de São Paulo está próximo de alcançar o grau de excelência idealizado por um grupo de profissionais da iniciativa privada e do serviço público, com formação em economia, gestão pública, ciência política, direito e jornalismo.

“O que nos preocupa é que a transparência é pressuposto para o controle social dos gastos dos governos. Sem acesso à informação é impossível fazer esse controle”, avalia o secretário da ONG Associação Contas Abertas, economista Gil Castello Branco. Apesar do desempenho sofrível de boa parte do estados, desde a primeira e última medição, em 2010, a transparência das contas públicas, nesses portais, aumentou nos últimos anos. Neste ano, a média foi de 5,74, contra 4,88, verificado há dois anos.

Na primeira edição, em 2010, 13 estados ficaram com notas inferiores a cinco. Em contrapartida, este ano número caiu para oito, que não passaram de ano - Acre, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Roraima e Sergipe. Minas Gerais, mateve o quinto lugar no ranking, porèm aumentou a pontuação de 5,60, em 2010, para 7,88, em 2012.
Dos 27 avaliados, 18 portais aumentaram suas notas entre 2010 e 2012. Por outro lado, apenas nove sofreram alguma redução de nota. Em média, os avanços foram maiores do que as quedas: enquanto apenas um estado (Mato Grosso do Sul) perdeu mais do que um ponto, 10 portais de transparência ganharam, pelo menos, a mesma pontuação.

A principal explicação para a redução das notas de alguns portais foi a aplicação mais rigorosa dos critérios do Índice de Transparência. Na edição 2010, como a LC 131 estava em vigor há pouco tempo, foram pontuados até mesmo aqueles portais de transparência que possuíam apenas os relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Melhores e Piores de 2012


Estado mais rico e populoso do país, São Paulo ficou na primeira colocação do Índice de Transparência 2012 – assim como havia ocorrido na edição de 2010. Com a nota 9,29, o estado, além de ter mantido a liderança, foi o quarto que mais aumentou a própria nota: ganhou 2,33 pontos (de 6,96 para 9,29).

Se a primeira posição foi mantida, a lanterna mudou de mãos: agora, a última posição pertence ao Mato Grosso do Sul, que obteve 2,98 pontos. O estado registrou queda de 1,46 ponto, a mais significativa entre todos os avaliados, e substituiu o Piauí como último colocado no ranking.

São Paulo foi o único estado a superar os nove pontos. O Espírito Santo, oitavo colocado em 2010, isolou-se na vice-liderança, com 8,73 pontos. Logo atrás, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rondônia e Ceará – todos com notas entre sete e oito. Completam o “top 10” Santa Catarina, Paraíba e Rio Grande do Sul.
Na outra ponta da tabela, o Mato Grosso do Sul foi o único a receber nota inferior a três. Ordenados da nota mais baixa para a mais alta, o grupo dos dez piores ainda inclui Mato Grosso, Sergipe, Piauí, Roraima, Pará, Acre, Bahia, Amapá e Amazonas.

ES e CE são os que mais sobem; MS e PR, os que mais caem


O portal de transparência do Espírito Santo foi o que mais cresceu no Índice entre 2010 e 2012. O estado, que havia obtido nota 5,36 em 2010, somou 3,37 pontos ao seu desempenho e subiu para a vice-liderança do ranking, com 8,73 pontos. Foi o maior aumento de nota que o Índice de Transparência 2012 registrou.
A evolução do estado incluiu melhorias como disponibilização de download das consultas individuais e do banco de dados completo, publicação dos salários dos servidores estaduais de forma nominal, apresentação de lista completa dos beneficiários de pagamentos e maior transparência a respeito das receitas do estado. O portal capixaba não possuía nada disso na avaliação de 2010.

Outro avanço digno de menção foi o do Ceará. O portal de transparência cearense havia alcançado apenas a 20ª posição no Índice de Transparência 2010. De lá para cá, cresceu 2,91 pontos: saiu de 4,18 para 7,09, nota que o credenciou à sétima posição neste ano.

O salto de 13 lugares na classificação foi o maior: nenhum outro estado ganhou tantas colocações de uma vez só. Entre os avanços efetuados pelo Ceará estão disponibilização de download das consultas individuais, aumento da delimitação temporal de consulta e inclusão de todas as informações relativas à classificação orçamentária da despesa.
Em matéria de crescimento de nota, alguns outros estados que apresentaram boa evolução foram: Rio de Janeiro (4º colocado, 2,71 pontos a mais), São Paulo (1º colocado, 2,33 pontos a mais) e Rio Grande do Norte (11º colocado, 2,25 pontos a mais).

Em relação a saltos de posição, outros estados que avançaram muitos espaços na classificação foram: Rio Grande do Norte (12 posições ganhas), Rio de Janeiro (9 posições ganhas) e Paraíba (9º colocado, 5 posições ganhas).
Na contramão da tendência geral, houve estados que se saíram pior no Índice 2012 do que no Índice 2010, tanto na nota quanto no posicionamento. O principal caso é o do Mato Grosso do Sul: o estado era o 18º colocado, com pouco menos de 4,44 pontos, e caiu para a lanterna no ranking, registrando 2,98 pontos agora. A perda de 1,46 ponto de rendimento foi a mais severa entre todos os avaliados.

Avaliado como o portal menos transparente, o site sul-matogrossense possui entre suas principais deficiências a impossibilidade de download das informações, a pequena série história (apenas três anos), o pouco detalhamento da execução orçamentária e a ausência de informações sobre servidores, contratos convênios e licitações (neste último quesito a ausência não é total, mas há poucos dados disponíveis).

A queda de posição mais significativa foi do Paraná. O estado perdeu 10 posições entre 2010 (4º colocado) e 2012 (14º colocado). A redução numérica da nota não foi tão grande (0,49 ponto), mas, como a maioria dos estados cresceu, o impacto de um desempenho negativo mostrou-se maior.

O principal motivo para a queda do portal paranaense foi a retirada da divulgação nominal dos salários dos servidores estaduais. Em 2010, o estado era o único a apresentar essa informação, mas, em 2012, essa não constava mais no site. Questionados, os responsáveis explicaram que uma liminar judicial proibiu esse tipo de divulgação.

Como o portal de Mato Grosso do Sul foi o único a perder mais de um ponto entre 2010 e 2012, evidencia-se que, no geral, as reduções, quando ocorreram, não foram grandes. Outros estados que perderam nota foram, por exemplo, Sergipe (25º colocado, 0,84 ponto a menos), Mato Grosso (26º colocado, 0,55 ponto a menos) e Pará (22º colocado, 0,50 ponto a menos).

Já entre os estados que mais perderam posições estão ainda Amazonas (18º colocado, 9 posições perdidas), Maranhão (17º colocado, 8 posições perdidas) e Rio Grande do Sul (10º colocado, 7 posições perdidas).

O Índice


O Índice de Transparência utiliza como base a Lei Complementar 131 (LC 131), posteriormente regulamentada pelo Decreto 7.185. A LC 131 determinou que todos os entes da federação das três esferas de poder disponibilizem na internet, em tempo real, informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira. Porém, como as diretrizes da legislação são vagas, o Contas Abertas achou necessário criar critérios e formas de avaliação das informações eventualmente disponibilizadas pela União, estados e municípios.

Com base em parâmetros técnicos, comitê reunido pela Associação Contas Abertas, formado por especialistas em finanças e contas públicas, desenvolveu o Índice de Transparência, cujo objetivo é criar um ranking, com notas de zero a dez, que elenca sites com menor ou maior grau de transparência. As notas são formadas após análise de mais de 100 parâmetros, divididos em três grandes temas: Conteúdo (60% da nota final), Usabilidade (33%) e Série Histórica e Frequência de Atualização (7%). O Índice de Transparência é, portanto, um meio de informar ao cidadão o nível de transparência das contas públicas e tem como objetivo criar uma competição saudável entre os gestores públicos em prol da transparência e do controle social.

 

Com informações do site Índice de Transparência


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