O governo pressiona para evitar a votação nesta quarta-feira pela Câmara do projeto que acaba com fator previdenciário no cálculo do valor das aposentadorias pagas aos trabalhadores da iniciativa privada vinculados ao INSS e institui uma nova fórmula para a concessão dos benefícios. O presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), incluiu o projeto na pauta do plenário, contrariando a disposição do governo em não votar a proposta. A posição do governo contra o projeto foi mais uma vez explicitada nesta terça-feira, em reunião do líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), com os líderes da base.
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Fim do fator previdenciário está na pauta desta semana da Câmara dos DeputadosRepresentantes dos aposentados cobram votação de projeto sobre fator previdenciário Câmara deve votar esta semana marco civil da internet e fim do fator previdenciárioO movimento deverá ser ampliado nesta quarta-feira, com representantes da CUT que marcaram um ato na Câmara. "Não somos contra o governo, somos a favor dos aposentados", afirmou o líder do PR, Lincoln Portela (MG). Ele lembrou que a proposta em votação foi elaborada pelo deputado Pepe Vargas (PT-RS), atual ministro de Desenvolvimento Agrário, em negociação com o governo. "Esse texto é do próprio governo", concluiu.
O líder do PDT, André Figueiredo (CE), afirmou que desde junho o governo prometeu apresentar uma nova proposta de mudança no cálculo da aposentadoria, depois que recuou do texto articulado com Pepe Vargas, mas nada foi feito até agora.
O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), disse aos representantes das centrais sindicais em reunião nesta terça-feira que o projeto poderá ser vetado pela presidente Dilma Rousseff se for aprovado.
O fim do fator previdenciário foi aprovado pelos deputados e pelos senadores, mas foi vetado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para evitar novo veto, Pepe Vargas negociou o texto alternativo com o governo, parlamentares, sindicalistas e aposentados. A proposta prevê a fórmula 85/95. Por essa regra, o trabalhador tem direito ao teto da aposentadoria - atualmente R$ 3,9 mil - quando a soma da idade e do tempo de contribuição for 85, no caso das mulheres, e 95, para os homens.
No cálculo do fator previdenciário, o empregado precisa trabalhar mais tempo, se quiser receber o teto do benefício, levando-o a adiar a aposentadoria. Esse mecanismo leva em conta o tempo de contribuição, a idade e a expectativa de vida do trabalhador para definir o valor a ser pago pelo INSS.
O presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva, disse que a aplicação do fator previdenciário leva os trabalhadores a perderem de 30% a 50% do valor dos salários quando se aposentam. Ele argumenta que a fórmula alternativa vai incentivar o trabalhador a ficar mais tempo na ativa, diminuindo assim as despesas com a previdência e aumentando a contribuição.