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Estado de Minas

Durante sessão, senador diz que relatório é "lixo" e que CPI "é uma balela"

Pedro Taques defendeu que a Comissão não pode encerrar seus trabalhos sem ouvir o principal personagem, o contraventor Carlinhos Cachoeira


postado em 21/11/2012 12:11 / atualizado em 21/11/2012 11:17

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados abriu os trabalhos nesta quarta-feira enfrentando protestos. A leitura do relatório pelo deputado Odair Cunha (PT/MG) foi questionada, já que segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), o documento deveria ter sido distribuído com 48 horas de antecedência, o que ocorreu durante a sessão. Mais enfático, o senador Pedro Taques (PDT/MT) classificou o relatório como “lixo” e que a CPI se transformou “em uma balela”. “Essa CPI está, sim, se transformando em uma balela, essa é minha opinião. Está se transformando em uma grande pizza. Nós não investigamos o que deveríamos investigar”, criticou.

Ainda segundo Taques, antes mesmo da leitura do relator, prevista para hoje, a imprensa teve acesso e divulgou na noite dessa terça-feira parte e informações do documento. Para ele, a comissão não pode encerrar seus trabalhos com a leitura do relatório e defende que o principal personagem - o contraventor Carlinhos Cachoeira -, seja ouvido. “A soltura do Cachoeira inviabiliza a leitura do relatório”, disse e completou ressaltando que os trabalhos se limitaram a ser “instrumento de perseguição política entre PT e PSDB”.

No inicio da sessão, o deputado Silvio Costa (PTB-PE) chegou a sugerir que fosse apresentado um requerimento para que Cachoeira volte a ser convocado. Ele ainda pediu que os trabalhos fossem prorrogados por 180 dias para que o depoimento fosse viabilizado. Costa conseguiu o apoio de Álvaro Dias (PSDB), líder do PSDB.

Cachoeira livre

Depois de quase nove meses atrás das grades, o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi colocado ontem em liberdade. Ele deixou a Penitenciária da Papuda às 0h5, sem conversar com os jornalistas e seguiu direto para Goiânia, onde se encontraria com os três filhos, de 9, 11 e 12 anos, que ele não via desde a prisão, em 29 de fevereiro.

Com a conclusão da instrução do processo da Operação Saint-Michel referente a um esquema montado no Distrito Federal para abocanhar um milionário contrato de bilhetagem eletrônica no transporte público, a juíza Ana Cláudia Barreto, da 5ª Vara Criminal de Brasília, considerou que o bicheiro não tem mais como influenciar testemunhas e atrapalhar a coleta de provas.


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