Na véspera de ser empossado presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa acumulou nessa quarta-feira pela primeira vez as funções de relator do mensalão e comandante da Corte. Em contraste com as últimas sessões, em que Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski protagonizaram duros embates, a estreia do futuro presidente ocorreu sem grandes conflitos. Os magistrados fixaram a pena de seis condenados, sendo que apenas dois devem cumprir regime fechado: o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e Rogério Tolentino, ex-advogado de Marcos Valério.
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Radicais do PT fazem pressão por atos pró-condenados no processo do mensalãoDilma quebra o silêncio sobre mensalão e diz que "ninguém está acima de erros"Perda dos mandatos de parlamentares condenados no mensalão ainda é dúvidaEspecialistas analisam pós-mensalão com cautelaSupremo deve definir nesta semana penas para deputados condenados pelo mensalãoGurgel diz que condenação de réus do mensalão significa "máxima" do direito penalJoaquim Barbosa manda ouvir testemunhas de defesa do mensalão mineiroA previsão extraoficial era de que Barbosa começaria ontem a dosimetria dos deputados, mas ele preferiu retomar o julgamento pelos sócios da corretora Bônus Banval, acusada de lavar dinheiro e repassá-lo a parlamentares do PP. Breno Fischberg foi condenado a cinco anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro, e Enivaldo Quadros sofreu punição de cinco anos e nove meses, por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
CORRUPÇÃO PASSIVA João Cláudio Genú, assessor do ex-deputado José Janene, então líder do PP e morto em 2010, foi condenado a sete anos e noves meses por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena por corrupção passiva, menor que dois anos, foi prescrita.
Ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato pegou 12 anos e sete meses por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. “O réu pretendia obter vantagem indevida de cunho patrimonial e ele trabalhou no comitê financeiro da campanha do PT em 2002”, afirmou Barbosa em seu voto. Os magistrados encerraram ontem o núcleo publicitário com a definição da pena de Rogério Tolentino, que pegou oito anos e 11 meses de prisão por formação de quadrilha e corrupção ativa..