O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, chamou nessa quarta-feira o financiamento privado de campanha de “maldito” e disse que a lei eleitoral é a “mãe da corrupção”. Ao participar de um seminário para movimentos sociais, no Palácio do Planalto, Carvalho pregou a reforma política e afirmou que o governo enfrenta contradições internas em relação à necessidade de democratização do Estado.
Leia Mais
Feministas defendem reforma eleitoral para cumprir cotasChega a 105 o número de pessoas presas por crime eleitoral no RioTSE está atolado de processos contestando vários resultados eleitorais deste anoTSE deve julgar todos os recursos até 17 de dezembro, diz ministraNas campanhas eleitorais deste anoo foram usados R$ 180 milhões do Fundo PartidárioMudança no sistema eleitoral deve passar por mais um arremedo de reformaSem citar o termo mensalão, Carvalho não escondeu a tristeza com a condenação de antigos companheiros pelo Supremo Tribunal Federal, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. “Nós, que estamos sofrendo esse processo que se passa no Judiciário, sabemos a dor de tudo isso”, argumentou.
Questionado depois pelo Estado sobre o fato de ter se referido à atual lei como “mãe da corrupção”, Carvalho voltou a defender mudanças. “O sistema eleitoral, do jeito que está estruturado, estabelece a dependência dos candidatos ao poder econômico”, afirmou. “É uma distorção.”
No seminário intitulado “Participação social e democratização do Estado: o papel político dos movimentos sociais”, o ministro elogiou a iniciativa popular que culminou com a Lei da Ficha Limpa. Destacou, porém, que o financiamento público de campanha e o voto em lista são “essenciais” para a prática da “política decente”.
Ex-secretário-geral do PT e ex-seminarista, Carvalho contou que foi candidato a deputado federal, em 1986, e obteve 25.077 votos.