Brasília - Vários artistas estiveram nesta quinta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar a cerimônia de posse do novo presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, primeiro negro a comandar a Suprema Corte. Os atores Lázaro Ramos, Milton Gonçalves e Lucélia Santos, além da apresentadora Regina Casé, do sambista Martinho da Vila e do cantor Djavan, se juntaram à plateia de autoridades e parentes do ministro para acompanhar a cerimônia.
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Barbosa será bom 'timoneiro', diz Ayres BrittoEm discurso de posse, Barbosa diz que nem todos são tratados com igualdade pela JustiçaJoaquim Barbosa é empossado como novo presidente do STFAo tomar posse na presidência do STF, Joaquim Barbosa é cercado por celebridadesAssim como ela, o sambista Martinho da Vila também considerou a posse de Joaquim Barbosa simbólica. Para ele, trata-se de “um grande passo para a diminuição dos preconceitos”. Martinho da Vila, no entanto, preferiu exaltar a competência do ministro para ter chegado à presidência do STF. “O importante é que Joaquim está lá não por ser negro ou por ser pobre, mas por sua capacidade”, disse o sambista.
A atriz Lucélia Santos, que interpretou uma escrava branca na novela Escrava Isaura, que foi exibida pela TV Globo de 1976 a 1977 com base no livro de Bernardo Guimarães, disse que desde aquela época já imaginava que um dia poderia ver um presidente negro em um dos Poderes da República. Ela elogiou a postura e o trabalho de Joaquim Barbosa e disse estar alegre por ter participado da cerimônia de posse.
Barbosa é bastante ligado a questões raciais e faz referências ao assunto em discursos, votos e conversas. Veio de uma família simples de Paracatu, em Minas Gerais, e ocupou vários postos até ser convidado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o STF em 2003, época em que atuava como procurador no Rio de Janeiro. No discurso de posse, ele criticou a Justiça desigual e disse que “de nada valem as edificações suntuosas, os sistemas de comunicação e informação, se naquilo que é essencial a Justiça falha porque é prestada tardiamente e porque presta um serviço que não é imediatamente fruível”..