(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Lacerda pede desculpas à população e anuncia sirene contra os efeitos da chuva

Lacerda admite que foi politicamente incorreto ao afirmar que precisava ser mais babá dos cidadãos. Ele quer instalar alto-falantes como alerta nas áreas de alagamento


postado em 23/11/2012 06:00 / atualizado em 23/11/2012 07:59

Uma semana depois da declaração sobre ser “babá” da população de Belo Horizonte nos cuidados em relação às chuvas, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) pediu desculpas nessa quinta-feira aos moradores da cidade pela afirmação e anunciou que os pontos de alagamento da capital poderão passar a ter também sirenes ou alto-falantes para informar sobre a possibilidade de enchentes e não apenas placas alertando para o perigo, como ocorre hoje.

Ao longo dos últimos dias, vereadores e deputados estaduais reagiram à declaração de Lacerda, dada em resposta a questionamento durante entrevista coletiva na sexta-feira passada, próximo ao Córrego Ressaca, na Região da Pampulha, onde um dia antes uma pessoa morreu ao ter o carro arrastado pelas chuvas. “Se é assim, nós falhamos. Nós devíamos ter sido um pouco mais babás dos cidadãos, para que eles não corressem riscos”, disse. Segundo o prefeito, a afirmação “não foi politicamente correta”, além de ter sido “infeliz”. Na Assembleia, parlamentares tentaram entregar um avental de babá ao vice da chapa de Lacerda para o segundo mandato na prefeitura, deputado estadual Délio Malheiros (PV), que deixou o plenário para evitar fotos recebendo a peça.

A primeira tempestade da temporada chuvosa 2012/2013, além de ter provocado uma morte na capital, causou várias inundações e deixou sem energia inúmeras regiões. Os alagamentos se repetiram nos pontos críticos da cidade, incluindo as avenidas Cristiano Machado, Bernardo Vasconcelos, Barão Homem de Melo e Francisco Sá, no Bairro Prado, Região Oeste, que virou um rio e onde a força da água empilhou carros. Segundo os bombeiros, 62 árvores caíram, seis casas desabaram, duas áreas de risco foram interditadas e 14 pessoas ilhadas foram socorridas. Em todo o estado, as chuvas já mataram 12 pessoas neste ano.

Lacerda, que ontem participou de encontro com empresários ao lado do ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes, disse que a prefeitura não pode manter presença constante na vida da população, e comparou as consequências das chuvas e o uso de bebida por motoristas. “As pessoas ingerem álcool, vão dirigir e acertam o poste com o carro. Isso é um risco que elas assumem. Então, a gente tem que alertar a população para não entrar de carro nas correntezas, porque podem ser arrastados. É preciso evitar a proximidade de córregos em momentos de inundação. Vamos imaginar formas de alerta, com sirenes, alto-falantes nesses locais de maior risco de inundação. Talvez só as placas não resolvam”, disse o prefeito.

RECURSOS Lacerda citou investimentos em andamento e os que serão feitos para tentar atenuar as consequências das chuvas na capital. O total que está sendo aplicado é de R$ 900 milhões. Outros R$ 500 milhões já foram destinados às obras, e para o ano que vem o montante seria de R$ 1 milhão, segundo os números divulgados pelo prefeito. “É muito mais dinheiro do que vamos investir no metrô”, afirmou. Sobre a previsão para o fim dos alagamentos, Lacerda afirmou que a insuficiência de recursos, a mudança climática, o regime pluviométrico e o planejamento original de construção da capital dificultam uma solução definitiva para os problemas de cheia na cidade. “A natureza tem um certo grau de previsibilidade. Quando se faz o cálculo de um projeto contra enchente, simula-se recorrência de cinco, 20, 50 e 100 anos de volume de chuvas concentradas em determinada região. E quanto mais preparada for a obra, mais cara fica”, disse.

Para o prefeito, se BH tivesse sido construída sob a legislação atual, respeitando 30 metros de distância dos cursos d’água e 50 metros das nascentes, “seria um paraíso”. “Foi um projeto bonito à época em que foi concebido, mas que não respeitou a natureza. Tomou-se um desenho urbanístico que foi implantado sobre uma malha hidrográfica”, afirmou.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)