O delator do Caso Sanasa - escândalo de corrupção da Prefeitura de Campinas (SP) -, Luiz Castrillon de Aquino declarou nesta sexta-feira em juízo que o suposto esquema de direcionamento de licitações, fraudes em contratos públicos e pagamentos de propina foi montado para pagamento de dívidas de campanha e era liderado pela ex-primeira-dama Rosely Santos.
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Segundo o delator, grandes empresas como a Camargo Corrêa e a Constran pagaram propina para o esquema, valores que eram lançados na contabilidade da Sanasa como "pequenos".
Questionado pelo Ministério Público, Aquino afirmou que os pagamentos eram feitos conforme as datas de faturamento das empresas contratadas, mas que mensalmente era feita a divisão de um "mensalinho" entre os envolvidos.
Segundo o delator, as "contribuições" feitas pelas empresas eram obtidas após o direcionamento das licitações com "concorrências trabalhadas". "Trabalhar a concorrência é colocar certos artifícios que propiciam que uma empresa ganhe ou que ela arregimente outras empresas para participar junto, sabendo que ela vai ganhar", explicou.
A audiência desta sexta foi a primeira em que os réus foram ouvidos e a quinta no julgamento do processo. O juiz Nélson Augusto Bernardes, da 3ª Vara Criminal, atendeu pedido dos advogados de defesa para que as demais testemunhas falassem em outra data. Os réus são acusados de formação de quadrilha, desvios de recursos e fraudes em licitações.
O julgamento acontece um ano após ser deflagrada a operação do Caso Sanasa, que levou 11 pessoas para a cadeia e que culminou com a cassação do prefeito Hélio e de seu vice Villagra, em 2011. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investigou e denunciou o esquema, os acusados podem ter desviado até R$ 30 milhões com as fraudes de contratos da Sanasa..