Jornal Estado de Minas

Petistas mineiros tentam acertar o rumo para buscar a recuperação em 2014

Depois de sucessivas derrotas eleitorais no estado e em Belo Horizonte, os petistas mineiros tentam acertar o rumo para buscar a recuperação em 2014, quando será decidido nas urnas quem irá suceder o governador Antonio Anastasia (PSDB) no Palácio da Liberdade. Creditando os estragos à polarização interna da legenda entre o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, duas correntes que garantem ter consigo os “independentes” do partido fazem um encontro hoje para lançar um movimento em prol da unidade e da candidatura própria. O apelo é pelo fim da guerra dentro de casa. O discurso é de que o único inimigo a atingir o PT tem sido o próprio PT.

Eles garantem não se tratar de um novo grupo contrário às duas principais lideranças, mas também não quiseram contar com a presença de Patrus e Pimentel no encontro organizado pelas tendências Coerência e Resistência Petista. As demais correntes e os representantes dos movimentos sociais filiados foram comunicados sobre o evento, segundo os organizadores. “Vamos discutir com eles (Patrus e Pimentel), mas primeiro será entre nós”, afirmou o prefeito de Coronel Fabriciano Chico Simões (PT). O grupo não exclui Patrus e Pimentel como possíveis nomes a concorrer ao governo de Minas, mas considera também escolher outras possibilidades.

A maior crítica é quanto aos processos conduzidos nas últimas eleições, à prefeitura em 2008 e neste ano e ao governo em 2010. Para parte do PT, os rumos da legenda ficaram dependendo do resultado de cabos de guerra entre os grupos de Patrus e Pimentel.
Com isso, Patrus não teve o PT inteiro em sua campanha a prefeito e Pimentel também sentiu ausências dos companheiros. “São duas lideranças importantes mas parece que não tem discussão política ou outra alternativa para as decisões. Ficamos sempre a mercê desses dois grupos”, disse Chico Simões.

Para o ex-prefeito, que criticou o pragmatismo exagerado do partido, o PT precisa se reagrupar em torno de pontos que voltem a caracterizá-lo e diferenciá-lo do PSDB. “Depois da aliança com os tucanos em 2008 o PT perdeu um pouco de identidade e muito de sua referência”, afirmou. Ter candidato ao governo é um dos pontos que devem constar do manifesto que o encontro vai apresentar, que incluirá ainda a defesa de uma oposição mais aguerrida contra os tucanos. O grupo também pretende se articular para ter uma chapa concorrendo ao processo de eleições diretas (PED) em novembro de 2013. Outro ponto é em relação ao funcionamento do partido, que, para eles, virou massa de manobra com, por exemplo, a filiação em massa de aliados de parlamentares para votar em processos internos do PT.

Nomes Além de Chico Simões, estarão presentes o deputado federal Padre João; a prefeita de Contagem, Marília Campos; o vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho; e o deputado estadual Paulo Lamac.
“Nosso movimento é pela unidade do PT, para que não tenha uma autodestruição do partido e, se possível, queremos antecipar um candidato ao governo em 2014 para ter condições reais de trabalhar essa candidatura”, explicou Lamac.

Mariana

Os vereadores da histórica Mariana, na Região Central de Minas, arquivaram ontem a denúncia contra o prefeito Roberto Rodrigues (PTB) por obter vantagens em desapropriações de terrenos, que teriam movimentado até R$ 8 milhões. Sete dos 10 vereadores foram contrários à abertura de uma comissão processante para investigar a denúncia. Nos últimos quatro anos, a cadeira de prefeito da cidade foi ocupada por cinco pessoas, em uma sucessão de impugnações, mandatos cassados e brigas. .