Jornal Estado de Minas

Prefeito eleito de Campinas anuncia primeiros 14 nomes

O prefeito eleito de Campinas (SP), Jonas Donizette (PSB), anunciou neste sábado, os nomes de 12 secretários e dois presidentes de órgãos da administração indireta, com perfis predominantemente políticos, e a adoção de um núcleo de governo, nos moldes do praticado pelo governador Eduardo Campos (presidente nacional do PSB e nome cotado para a disputa presidencial de 2014), na gestão do Estado de Pernambuco.

"Vamos adotar um modelo que funciona bem e que eu vi em Pernambuco, no governo Eduardo Campos, de reuniões mais frequentes com um grupo pequeno de secretários de pastas afins", explicou o novo prefeito da maior cidade conquistada pelo PSB em São Paulo, sobre seu método para gerenciar a equipe de coalizão montada.

Entre os 14 nomes apresentados neste sábado, apenas um não tem filiação partidária e a ampla maioria tem hoje atuação política. São cinco partidos, sendo que o PSB ficou com oito pastas, o PSDB com duas, Entre os primeiros nomes do primeiro escalão há um prefeito, um vereador, um candidato a prefeito derrotado, presidentes de partidos, líderes comunitários e ex-dirigentes sindicais.

Jonas defendeu que, apesar de a maioria ter atuação política, são nomes com currículos técnicos também. "Não vamos esconder os partidos. É importante ter pessoas habilitadas, mas se tiver um técnico com visão política é melhor ainda", disse ao citar o nome do vereador Arly de Lara Romeo (PSB), que foi nomeado para a presidência da Sociedade de Abastecimento de Água e Esgoto (Sanasa), empresa mista que é uma das maiores fontes de receita para a administração municipal e foi alvo de um suposto esquema de corrupção que derrubou o prefeito e o vice e levou 11 pessoas para a prisão.

"Teremos reuniões frequentes com todo secretariado, mas teremos reuniões constantemente entre pequenos grupos de secretários, que é algo que funciona bem", afirmou Jonas, que vai gerenciar o terceiro maior Orçamento do Estado (R$ 3,2 bilhões), em uma momento de crise financeira e institucional na prefeitura. O atual prefeito, Pedro Serafim (PDT) acabou de comunicá-lo que o município não conseguiu renovar a Certidão Negativa de Débitos, com o governo federal, e está impedida de receber repasses da União.

Pastas

Foram anunciados os nomes de secretarias consideradas estratégicas para o governo, nesse primeiro pacote de anúncios, como Saúde, Finanças e Serviços Públicos - além da Sanasa. Jonas anunciou também a criação de uma nova secretaria (Relações Institucionais) e a fusão de outras duas (Finanças e Receita).

Para a Saúde, foi nomeado o ex-secretário estadual (de 1993 a 1994) Carmino Antonio de Souza, que é atualmente presidente da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. Filiado ao PSB, ele foi um dos dois nomes apresentados como pessoas ligadas ao mundo acadêmico.

Outro nome de perfil não político, foi o do futuro secretário de Cultura, o compositor Ney Carrasco, que é coordenador do programa de Pós-graduação em Música da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele também é filiado ao PSB.

Para as Finanças, o prefeito chamou o atual prefeito de Pedreira e presidente do Conselho da Região Metropolitana de Campinas, Hamilton Bernardes (PSB).
A pasta foi fundida à de Receita, que virou uma coordenadoria. Em Serviços Públicos, que a partir de agora gerenciará um dos maiores contratos da prefeitura, o do lixo, foi nomeado Ernesto Paulella, único sem partido, mas ex-integrantes de governos do PSDB.

O PSC, outro partido aliado, ficou com a secretaria de Esportes, que será assumida pelo presidente municipal da legenda, Oldemar Elias, o Professor Campos. O candidato a prefeito derrotado do PV, Rogério Menezes, que declarou apoio formal a Jonas no segundo turno, assumirá a secretaria do Verde e Desenvolvimento Sustentável. O DEM ficou com a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, com o empresário Samuel Rossilho.

Confiança

Para o presidente municipal do PSB e braço direito de Jonas, Wanderley de Almeida, o novo prefeito criou a secretaria de Relações Institucionais, que terá como função as tratativas com a Câmara de Vereadores. A medida, segundo Jonas, é uma resposta à crise política vivida na cidade durante o governo do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT), após os esquemas de corrupção.

São esses os primeiros 14 nomes do primeiro escalão em Campinas: Saúde: Carmino Antonio de Souza (PSB); Finanças: Hamilton Bernardes Júnior (PSB); Cooperação de Assuntos de Segurança Pública: Luiz Augusto Baggio (PSDB); Assuntos Jurídicos: Mário Orlando Galves de Carvalho (PSB); Relações Institucionais: Wanderley de Almeida (PSB); Cultura: Ney Carrasco (PSB); Esportes: Professor Campos (PSC); Gestão e Controle: Flávio Henrique Costa Pereira (PSDB) ; Recursos Humanos: Marionaldo Fernandes Maciel (PSB); Serviços Públicos: Ernesto Paulella (sem partido); Verde e Desenvolvimento Sustentável: Rogério Menezes (PV); Desenvolvimento Econômico e Turismo: Samuel Rossilho (DEM); Sanasa: Arly de Lara Romeo (PSB); Fundação José Pedro de Oliveira (Mata Santa Genebra): Pedro Henrique Pupo Nogueira (PSB)..