Brasília – Homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, tratado como figura imprescindível dentro do governo, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, está numa situação extremamente delicada. Mesmo respaldado pelo Palácio do Planalto após a Operação Porto Seguro, recai sobre ele a responsabilidade de ter bancado a nomeação de José Weber Holanda Alves para o cargo de adjunto, sabendo que o subordinado já havia perdido o cargo de chefe da Procuradoria-Geral federal, em 2003, por suspeita de participação em transações envolvendo desvio de dinheiro público. Fontes palacianas apontam que é preciso esperar a poeira baixar para que o futuro dele seja definido. Ontem, Adams participou de reunião com a presidente no Palácio da Alvorada. No entanto, não se pronunciou sobre o assunto. A expectativa é de que ele fale a respeito do caso amanhã.
Auxiliares da presidente afirmam que ainda é cedo para avaliar o quanto o indiciamento de José Weber Holanda Alves pode respingar em Adams. Depois do escândalo em 2003, Weber retornou à cúpula da AGU no fim de 2009. Porém, a Casa Civil, então comandada por Dilma, vetou a indicação, justamente por causa do histórico de Weber. Ele foi, então, alocado no cargo de assessor do gabinete de Adams. Com a saída de Dilma Rousseff da Casa Civil para disputar as eleições presidenciais, Adams conseguiu, finalmente, emplacar José Weber, em julho de 2010, como seu substituto na estrutura hierárquica do órgão. Quem autorizou a nomeação foi a substituta de Dilma na Casa Civil, Erenice Guerra, que caiu dois meses depois, também por envolvimento em denúncias de corrupção. (Colaborou JV)