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Estado de Minas

Candidato derrotado denuncia Paulo Piau por compra de votos nas eleições em Uberaba

Derrotado na disputa pela Prefeitura de Uberaba, Antônio Lerin acusa Paulo Piau de distribuir cheques para ganhar a eleição


postado em 26/11/2012 12:38 / atualizado em 26/11/2012 13:22

Um dos cheques usados pela campanha de Piau para pagar fiscais no dia da eleição em segundo turno
Um dos cheques usados pela campanha de Piau para pagar fiscais no dia da eleição em segundo turno


O segundo turno das eleições em Uberaba ainda não “terminou”. Na cidade do Triângulo Mineiro, sétimo colégio eleitoral do estado, com 212.786 eleitores, o candidato derrotado no segundo turno, Antônio Lerin (PSB), quer a impugnação do registro da candidatura do prefeito eleito Paulo Piau (PMDB), baseado na acusação de compra de votos e abuso de poder econômico. Lerin obteve 75.541 votos (48,64%) e Piau venceu com 79.752 (51;36%).

O advogado de Lerin, Rodrigo Ribeiro Pereira, sustenta que houve “o maior esquema de compra de votos da história de Uberaba", com a emissão, segundo ele, de cerca de 1.400 cheques, assinados pelo comitê de campanha do candidato “Eleições 2012 Paulo Piau Nogueira”. O valor de cada um seria de R$ 50. A defesa de Piau, por meio do advogado Carlos Magno Bracarense, alega que tudo não passa de “inconformismo” de derrotado. “Vejo um esperneio de quem não se conforma em perder”, justifica Bracarense.

Bracarense diz que os cheques foram usados de maneira legal para pagar fiscais nos dias das eleições. Pereira contra-argumenta que esse expediente é ilegal e passível de punição pela legislação eleitoral. “Ele (Pereira) está equivocado. Toda pessoa que trabalha em uma eleição tem que receber pagamento e tem previsão legal nos gastos de campanha para isso”. De acordo com informações do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), a legislação não regulamentou essa questão. Ou seja, depende do juiz que irá analisar o caso.

Prisão em flagrante

Contra o prefeito eleito, pesa o fato de um de seus coordenadores de campanha, Wellington Cardoso Tavares, ter sido preso em flagrante pela Polícia Federal, no dia das eleições em segundo turno. Com ele, foi apreendida uma lista com nomes de eleitores, com números de de CPF e título eleitoral. Duas testemunhas teriam declarado aos policiais que foram procuradas por Wellington para trabalhar nas eleições em troca de pagamento no valor de R$ 50.

De acordo com o advogado de Lerin, as declarações de eleitores, supostamente alvos de compra de votos, seriam prova cabal do ato ilícito cometido pelo cooordenador de campanha de Piau. “Um fiscal precisa ter um certo preparo e não ser abordado, no dia das eleições, para desempenhar a função”, disse. “Ele (o advogado de Lerin) deve desconhecer a legislação eleitoral e essa ação deve ser considerada improcedente”, garante Bracarense.

Nesta segunda-feira, essa questão deverá ser encaminhada para solução do impasse na Comarca de Uberaba. Está marcada para acontecer uma audiência, a partir das 16 horas, no Foro Eleitoral daquela cidade, para ouvir as testemunhas envolvidas no imbróglio jurídico.


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