Jornal Estado de Minas

Estado de saúde de Cachoeira não é grave, diz médico

O estado de saúde do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, de 49 anos, não é considerado grave, mas exige acompanhamento, explicou nessa segunda-feira o médico hematologista Cesar Leite. O contraventor deve permanecer internado até quinta-feira e, segundo o especialista, a maior preocupação no momento é com a parte psiquiátrica: “Ele está oscilando muito nos momentos de calmaria e agitação.”

Cachoeira deu entrada no Instituto de Neurologia de Goiânia às 22h45 de domingo, com um quadro agudo de diarreia e náuseas. Além disso, ele apresentava sintomas de “estresse acentuado, transtorno de conduta e reação mista depressiva”, de acordo com o boletim médico divulgado por volta das 10h30 de ontem. Segundo Leite, as únicas visitas permitidas a Cachoeira são da mulher, Andressa Mendonça, e dos filhos. No entanto, segundo o hematologista, o bicheiro não recebeu visitas ontem de manhã.

O contraventor também está sendo atendido pelo cardiologista Alberto Las Casas e pelo psiquiatra Salomão Rodrigues. “A situação orgânica, que são as náuseas e diarreia, nós conseguimos contornar. O que mais nos preocupa é a parte psiquiátrica. É uma situação comum em pessoas que ficam em regime prisional.

Temos que observá-lo”, explica Cesar Leite.

De acordo com o médico, Cachoeira está bastante debilitado por causa dos 18kg que perdeu no período em que esteve preso e deveria passar por uma bateria de exames ainda ontem. “Vamos realizar os exames que ele já deveria ter feito há cerca de quatro anos. Ele está muito fraco, emagreceu muito. O Cachoeira envelheceu cinco ou seis anos em nove meses. Ele está passando por muita coisa, viu a mãe morta, está caindo a ficha dele”, argumenta o especialista.

Na sexta-feira, Cachoeira visitou o túmulo da mãe em Anápolis, cidade a 55 quilômetros de Goiânia, e, de acordo com familiares, já estava debilitado. No dia, ele precisou tomar soro e fez exames de sangue. O bicheiro recebeu a visita de um médico na casa do pai e voltou para Goiânia no fim da tarde.
Muito emocionado no cemitério, ele chorou ao se despedir da matriarca da família. Maria José de Almeida morreu em 16 de abril, aos 79 anos, por falência múltipla dos órgãos, enquanto o filho estava no presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Acompanhado de Andressa, três irmãos e uma criança, ele permaneceu cerca de 10 minutos no local. Na cidade natal, Cachoeira passou um tempo com o pai, Sebastião de Almeida Ramos, conhecido como Tião Cachoeira, de 88 anos. Também na sexta, o advogado do escritório que defende o contraventor entregou o passaporte dele na 11ª Vara da Justiça Federal, conforme decisão judicial. Cachoeira não pode sair da cidade sem a autorização da Justiça e está proibido de deixar o país.

NOVA DENÚNCIA Cachoeira passou nove meses preso e foi solto na semana passada, depois que a juíza Ana Claudia Costa Barreto, da 5ª Vara Criminal de Brasília, condenou o contraventor a cinco anos de prisão em regime semiaberto. Por causa dessa decisão, foi determinada a soltura dele. Mas, após a soltura, o Ministério Público Federal pediu a prisão preventiva do bicheiro, que responde a pelo menos seis processos, em cinco instâncias da Justiça, em três estados – Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro – e no Distrito Federal. A denúncia do MPF está relacionada às investigações da Operação Monte Carlo.
A ação da PF resultou na prisão, em 29 de fevereiro, do homem apontado como o chefe de uma quadrilha que explorava jogos ilegais em Goiás e no Distrito Federal.

Desde que saiu da prisão, na madrugada do dia 21, Cachoeira voltou para a casa em que mora com a mulher no Condomínio Alphaville Cruzeiro do Sul, na Região Sul de Goiânia. No dia seguinte, o casal fez o primeiro passeio pelas ruas da cidade. Eles foram a um salão de beleza, onde Cachoeira cortou e escureceu os cabelos, e depois a um shopping center. .