Jornal Estado de Minas

Base governista impede que ex-chefe de gabinete da Presidência seja ouvida no Senado

Uma manobra da base governista impediu nesta terça-feira que a ex-chefe de gabinete do Escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary de Noronha fosse convocada para prestar esclarecimentos sobre o envolvimento no esquema de venda de pareceres técnicos desbaratado pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro. O pedido estava na pauta da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), mas ficou para ser analisado posteriormente, após acordo feito pelos lideres governistas na Casa. O requerimento para ouvir Rosemary foi feito pelo Senador Randolfe Rodrigues (PSOL-PA).

Além de Rosemary, a Comissão de Educação também rejeitou o depoimento no Senado do ex-consultor jurídico do Ministério da Educação (MEC) Esmeraldo Malheiros Santos, do ex-número dois na AGU José Weber de Holanda Alves, e dos ex-diretores da ANA, Paulo Rodrigues Vieira, e da Anac, Rubens Rodrigues Vieira, apontados como chefes do esquema criminoso. Rosemary e Weber foram indiciados pelos crimes de corrupção e tráfico de influência no esquema de venda de pareceres de órgãos do governo.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) acusou o governo de fazer “marketing” para passar a ideia de “esforço descomunal” para “faxinar” a administração federal. “Queremos registrar, aqui, nosso inconformismo com essa postura insincera de quem tenta passar a ideia de que há, no governo, um esforço de moralização. As atitudes se contrapõem a essa manifestação”, afirmou.
Para ele, a bancada governista não deveria “blindar” os envolvidos.

O senador informou que a oposição continuará tentando aprovar requerimentos para a convocação dos envolvidos no esquema, especialmente a ex-chefe de gabinete do Escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary de Noronha.

Apesar disso, os senadores da base aliada do governo concordaram com o comparecimento ao Senado, na próxima semana, do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; do advogado-geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, e dos presidentes da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Pacheco dos Guaranys.

Com agências.