O corregedor nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão, determinou nesta terça-feira a abertura de sindicância para apurar supostas irregularidades na construção do prédio da lâmina central do prédio-sede do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) pela Delta Construções S.A.
A sindicância terá o objetivo de apurar a eventual responsabilidade de magistrados no caso. A investigação será conduzida pelo conselheiro Wellington Saraiva, que contará com o apoio de membros da Corregedoria Nacional de Justiça e servidores da Corregedoria-Geral da União (CGU), da Receita Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Desde que a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, revelou as relações entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e a Delta, em fevereiro, a empresa perdeu vários contratos com órgãos públicos. Na mesma sessão desta terça, Falcão determinou a abertura de outra sindicância para investigar suposto esquema de favorecimento de parentes e amigos de juízes na nomeação para administração das massas falidas mais lucrativas, que tramitam em Varas Empresariais do TJ-RJ.
Segundo reportagem do jornal O Globo, os administradores beneficiados estariam prolongando a liquidação das empresas em benefício próprio. De acordo com a Lei de Falências, os administradores das massas falidas têm preferência no recebimento de honorários, antes mesmo dos credores. A sindicância será presidida pelo conselheiro Gilberto Valente Martins, que contará com o auxílio do juiz Júlio César Machado Ferreira de Melo.