Um cochilo do governo permitiu a aprovação, na Comissão de Infraestrutura do Senado (CI), do requerimento chamando para depor o ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Rubens Rodrigues Vieira. Rubens e seu irmão, Paulo Rodrigues Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), estão presos, acusados de comandar o esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos federais investigado pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal.
Presente à CI, Pinheiro mobilizou seus aliados e rejeitaram o convite dirigido ao presidente da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Tiago Pereira Lima, e seus principais assessores. O líder petista prevê que Rubens Vieira não atenderá ao convite da comissão. "A Anac não tem nenhum problema em tirar o cara da cadeia para que ele venha depor. Ele não vem", ironizou.
Pinheiro reiterou a posição do governo de autorizar o depoimento no Congresso apenas dos dirigentes de órgãos atingidos pelo escândalo e não os servidores envolvidos. "Os ministros e dirigentes podem falar das providências que adotaram contra o esquema", justificou. Para Alvaro Dias, a estratégia do governo é outra, a de impedir que os servidores denunciados ajudem aprofundar a investigação. "Transparência é essencial quando temos o julgamento do mensalão", comparou.
O líder tucano protocolou e vai tentar aprovar na CI, na semana que vem, um convite para que a ex-chefe de gabinete da presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha compareça para depor. Ele considera Rose, como é chamada, "a principal estrela do escândalo, pela sua capacidade de influir nas contratações do governo e pela intimidade que mantém com os detentores do Poder".