Leonardo Augusto
O prefeito Marcio Lacerda (PSB) desistiu da aplicação de prova e teste psicológico para avaliar os indicados pelos partidos aliados para ocupação de cargos no governo. A tática foi utilizada no início do primeiro mandato dele, em 2009, mas muito criticada por correligionários. Agora, nas conversas com as legendas, Lacerda tem pedido apenas a entrega de currículo dos indicados. As negociações com os partidos começaram há 10 dias. O prefeito já esteve com representantes das 19 siglas que fizeram parte da coligação que o apoiou na reeleição, em outubro.
O recuo de Lacerda tem como objetivo não melindrar os partidos aliados, atrapalhando a governabilidade por meio da Câmara Municipal. O prefeito atrasou ao máximo o início das conversas sobre cargos e conduz as negociações com extrema cautela. O principal temor de Lacerda, que afirma ter ficado refém do ex-aliado PT nos primeiros quatro anos de governo, é que o mesmo ocorra no segundo mandato, só que pelas mãos do PSDB. Com o fim da aliança com os petistas, que indicaram inclusive o vice-prefeito na chapa de Lacerda em 2008, Roberto Carvalho, a tendência é de que os tucanos passem a ter mais força na prefeitura. O PSDB já comanda, por exemplo, a Secretaria de Saúde e a BHTrans.
Disputa na Câmara Enquanto na PBH Lacerda concede manter a briga por cargos em banho-maria, na Câmara a situação é inversa. A um mês da eleição para o comando da Casa, dois vereadores do PSDB, Pablito e o atual presidente da Casa, Leo Burguês, medem forças para ter o nome indicado pelo partido para a disputa da presidência.
Também na Câmara, no entanto, Lacerda deixou claro que não pretende facilitar a vida dos tucanos. O PSB, em reunião semana passada, decidiu que, por ter a maior bancada na Casa (seis parlamentares), o mesmo número do PT, tem “legitimidade”, como dizem integrantes da legenda, para indicar nome para disputar a presidência. O prefeito, durante reunião com vereadores, garantiu não ter qualquer acordo para recondução dos tucanos ao comando da Câmara. Pelo PSB, um dos vereadores que vêm sendo considerados como possíveis candidatos é Daniel Nepomuceno. Também já anunciaram que estão no páreo Arnaldo Godoy (PT) e Leonardo Mattos (PV). E ainda podem entrar na briga o atual vice-presidente da Casa, Alexandre Gomes (PSB), e o líder do governo, Ronaldo Gontijo (PPS).